As democracias morrem se são democráticas demais
João Costa |
João
Costa*
Quando são democráticas demais as
democracias morrem. No contexto atual, o obscurantismo se estabelece por força
de uma conspiração em que conjugaram forças o Judiciário, Ministério Público,
setores da polícia e a mídia nativa, historicamente avessa à democracia. Dessa
conspirata emergiu Michael Temer, revelado agora como informante do Conselho de
Segurança Nacional dos Estados Unidos e
O presidente Lula tinha um ministro da
Defesa, Nelson Jobim, que concomitantemente a Temer, era informante que
prestava serviços à embaixada americana, em Brasília, também revelado pelo
Wilileaks como espião doméstico. Logo, a nossa democracia e os governos do PT
sempre foram monitorados pelos inimigos internos do país a serviço dos Estados
Unidos, que agora vão cobrar a fatura, e desconfio que facilmente vão receber,
mediante o espírito de vira-lata do usurpador, seus ministros, Congresso e
Judiciário. Confrontar os EUA num futuro próximo é coisa certa, caso haja
arrefecimento no sentimento antigolpe.
O fascismo sempre esteve presente com
seus braços estendidos em nossas instituições, incluindo o STF. Basta
recapitular: foi o STF quem entregou Olga Benário Prestes à Gestapo, e o país
na era Vargas era pró-Alemanha. Mudou de lado depois, muito depois – e por
dinheiro. A Companhia Siderúrgica Nacional foi apenas um agrado dados pelos EUA
para o que o país mudasse de lado na II Guerra. É história, e não esperemos do
Judiciário mais que isso: legalização da patranha. Ponto parágrafo.
Agora, em pleno século 21, voltamos à
condição de República das Bananas, se é que o país deixou de ser algum dia.
Vamos direto ao ponto.
Esse Temer é um títere. Para entregar o
que prometeu aos Estados Unidos, que aqui atende pelo nome de “deus mercado”,
não hesitará recorrer à violência. Seu discurso de posse foi tímido, porém de
sintomas sombrios. Se, antes ele era pautado por João Roberto Marinho, agora
ele é quem dá a pauta. “Não falem mais em crise, trabalhem”, esse será o mote
da mídia nativa. Ele citou o nome desse deus, mercado, mais de 20 vezes num só
pronunciamento. O governo que se instala é corrupto na sua essência e formação,
logo, é preciso criminaliza-lo.
Por outro lado, a luta é de classe, mas
esse conceito se diluiu entre o lúmpenproletariado – o segmento mais
desprezível da nossa sociedade, e que hoje forma a maioria associada a uma
classe média historicamente de direita. E os movimentos ditos sociais e
sindicatos, que durante o governo do PT deitaram e chafurdaram no peleguismo e
na zona de conforto, vão ter de se reinventar. Enquanto isso, vamos aguardar
porque o Minotauro já encontrou sua saída do labirinto.
Temer – o Minotauro, vai precisar de
propaganda maciça e mecanismos de perseguição e repressão para governar. Não há
e não haverá clima para a realização de uma Olimpíada que congregue a Nação,
nem muito menos condições para realização de eleições municipais, como se o
golpe não afetasse a vida. Vão pedir para esquecer o passado, o ontem, e buscar
um futuro que agrade ao deus mercado como o títere pediu.
Se o governo é ilegítimo, a luta é por
uma saída legítima: novas eleições, já! Para ganhar corações e mentes
pós-golpe, a mídia nativa lançará mão daquilo que sabe fazer com excelência,
pois está assentada nesse tripé: verdades, meias-verdades e mentiras. Num
contexto assim, a mentira vence. Sempre!
O fascismo sempre esteve presente como
um braço de nossas instituições, incluindo aí o Supremo Tribunal Federal. Basta
recapitular: na era Vargas, o país foi francamente simpatizante do
nazi-fascismo de Hitler. Quem entregou Olga Benário a Gestapo, foi o STF. Isso
é História. Ponto parágrafo.
*João Costa é
radialista, jornalista e diretor de teatro, além de estudioso de assuntos
ligados à Geopolítica. Atualmente, é repórter de Política do Paraíba.com.br
As democracias morrem se são democráticas demais
Reviewed by Clemildo Brunet
on
5/14/2016 07:09:00 PM
Rating:
Nenhum comentário
Postar um comentário