Bondades nem sempre consegue confiança
Genival
Torres Dantas*
O Brasil entra cada vez mais na
atmosfera contaminada da atual camada política corrupta e seus corruptores,
encontrados facilmente no meio empresarial, notadamente no seio dos
empreendedores das construções, operantes na infraestrutura brasileira. Essa
via de regra, com exceções, fica mais patente na proporção que o sistema
policial e judiciário avança nos guetos da criminalidade do colarinho branco,
bem postados nos arrabaldes da economia séria e formal, nesse ambiente de
aspecto lusco fusco dar-se a ideia de impunidade total pelo difícil alcance das
autoridades constituídas.
Dessa forma, apenas a mudança do CPF do
Governo Federal não foi suficiente para estancarmos a gula dos políticos e
Fica imperioso sem se tornar frenético
que tenhamos um pouco de paciência para com o governo de Michel Temer,
principalmente pelos motivos evidenciados acima e pelo próprio estágio de
maturação em que todo negócio tem que haver para o retorno surgir. Nesse caso
específico de muita sensibilidade, quando o jogo de cintura tem que ser usado
todo tempo e por todo tempo. Mesmo seguindo esse raciocínio lógico não podemos
aceitar devaneios e práticas de bondades acima dos limites suportáveis pelo
caixa do Estado. Quando o presidente provisório e interino anunciou que ia
implantar um sistema de austeridade, ficamos confiantes numa reversão imediata
das sangrias que vinham jorrando dinheiro das entranhas da administração
federal, mesmo que esse dinheiro, que não mais existia, viesse de fontes alimentadas
por juros escorchantes levando a nossa pátria ao mundo dos maus pagadores,
portanto, com sua nota sendo diminuída a cada anúncio da comunidade financeira
internacional.
O governo interino anuncia o seu pacote
com um déficit superior a R$172 bi, nesse caso, bem superior, mais que o
imaginável, levado ao Senado pelo governo Dilma Rousseff. Confesso que fiquei
assustado com os números apresentados. Na sequência em que ia aparecendo
bondades do Presidente, no caso do reajusto do Judiciário, o inconsequente absurdo,
dinheiro enviado ao Estado do Rio de Janeiro, além de outras invencionices
usadas para sugar dinheiro do erário, mesmo porque, estava muito fácil enfiar a
mão no cofre administrado pelo Michel Temer, tamanha sua benignidade,
principalmente, para seus adversários que precisavam serem afagados para
garantir a continuidade do seu governo, sendo sustentado pela benevolência do
Senado Federal, no caso, afastando definitivamente a Presidente Dilma Rousseff.
Nem sempre bondades é sinônimo de
confiança, não há uma reciprocidade automática, quando se usa esse expediente
como argumento cria-se o risco de ter que dar sempre e em quantidades maiores
para o oponente desonesto que usa o artifício da chantagem para levar vantagens
cada vez maiores. Cria-se um corredor mais próximo da morte que da vida, surge
os 15 governadores do Norte e Nordeste ancorados na tese do acordo fechado com
a União com os Estados Federados, já havendo um documento endereçado ao
Ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, suscitando essa bondade ainda no ano
em curso. Não bastasse os contornos Lavajatianos no Congresso Nacional e todo
seu contorno, agora o país se ver na arte do faz me rir, mais uma vez, com o
dinheiro extorquido de um poder quebrado, como é o caso do Executivo
brasileiro.
Mesmo continuando achando que Michel
Temer, como presidente, está leniente, acima do aceitável, é preciso que
tenhamos um pouco mais de paciência, o suficiente para verificarmos se
realmente o seu governo não passa de um puxadinho do governo anterior de Dilma
Rousseff, ou, se efetivamente, ele veio para tirar a Nação do marasmo em que se
encontra ou empurrar, definitivamente, a locomotiva brasileira para o abismo,
sem solução ou breviário para o futuro.
*Escritor e
Poeta
genival_dantas@hotmail.com
Bondades nem sempre consegue confiança
Reviewed by Clemildo Brunet
on
7/03/2016 12:23:00 PM
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