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Sucessão: além do ódio e amor tem o busílis da questão

João Costa
João Costa*

Para sua consideração - A sucessão pela prefeitura de João Pessoa, acredito, vai muito além do “amor” e do “ódio” entre as forças políticas que antes estiveram juntas e misturadas, mas que agora esboçam estranhamentos. O governador Ricardo Vieira vem a público e afirma que o “chapão” que une Cássio a Maranhão e o alcaide Luciano Sá é uma espécie de “eixo do mal”. Maranhão argumenta dizendo que representam, ele e Cássio, o “amor”. De qualquer forma essa disputa realmente está sendo expressão de esgotamento político de Cássio e
Maranhão.
Os senadores Cássio e Maranhão se agigantaram na onda conservadora e de direita que varre o país; demonstram claro esgotamento em João Pessoa. Voltemos, pois, à disputa pela prefeitura em 2012. O PSDB tinha um candidato que chegou ao segundo turno, Cícero Lucena. O PMDB lançou José Maranhão, algo como último cartucho com potencial de votos; o governador Ricardo Vieira, como de costume, sacou do alforje mágico do universo girassolaico, Estela Izabel.
Quem venceu as eleições? O atual alcaide, candidato do PT, partido onde ele cresceu politicamente, exerceu mandatos de vereador, deputado e vice-governador. Foi o vencedor da disputa, e já naquela altura, a mídia nativa demonizava o PT e Luiz Inácio – o tal “mensalão,” ocupava todos os espaços do jornalismo que se ensaiava de guerra contra o PT, fato que se concretiza hoje.
Hoje, se o PMDB não tem candidatura própria é porque esgotou, tal qual o PSDB. Talvez um grande “acordão” das forças conservadores que estão em vias de concretizarem um golpe parlamentar contra Dilma, possa ter oxigênio controlando um orçamento superior a R$ 2 bilhões, este sim, o busílis da questão.  Terminadas as convenções, quem somou mais? As forças conservadores, pois foi pra lá que o alcaide migrou. E este ponto de convergência do retrocesso tem um apêndice: a disputa de 2018.
Coube ao ex-deputado Marcondes Gadelha, notório trânsfuga de agrupamentos políticos, hoje à direita; ontem à esquerda, levantar a lebre. Disse ele que a vitória da professora Cida Ramos, vai concentrar enorme poder nas mãos de Ricardo Vieira.  Mas o contrário ocorrerá, caso o alcaide logre êxito agora, pois ele, segundo os analistas políticos, será candidato a governador. Assim ocorrendo, e com Luciano Sá  no eventual controle do estado e o PMDB na prefeitura da Capital, seria  s consagração das forças conservadores na Paraíba por isso as forças antidemocráticas colocam agora Luciano Sá no leme.
Mas onde João Pessoa tem buscado oxigênio de renovação política? Na UFPB. Evidente, natural. E João Pessoa e a Paraíba precisam se orgulhar disto, pois a academia com seus quadros de esquerda formam a intelligentsia das administrações, tanto do estado como da prefeitura. É fato, e gostemos ou não, Ricardo Vieira é a maior expressão tanto na política como na administrativa dessa geração. Daí a boa nova da academia nesta disputa, que oferece dois nomes: Cida Ramos e Charliton Machado.
Os dois candidatos, embora em agrupamentos diferentes, estão no mesmo campo. Mas o quê credencia Charliton Machado? De novo o PT. É simples, pois até os peixinhos e agora os patos da Lagoa, sabem que em tudo, em qualquer obra de vulto nesta cidade, leva o selo do PT. Aqueles que hoje estão unidos no golpe de estado para derrubada da Dilma e defenestração política do ex-presidente Lula, neles e deles obtiveram oxigênio político em suas passagens pelo poder e num certo momento até fizeram o estado avançar socialmente.
Charliton Machado não é uma aventura política, e o outro busílis da questão vai da qualidade de vida do pessoense, ao planejamento da cidade, daí para seguridade social, emprego e renda, políticas públicas para idosos, transporte público e resgate da qualidade do ensino fundamental. O “amor” e o “ódio” podem até render uma boa música como “Entre Tapas e Beijos” na voz de Leonardo ou Banda Calypso. O que João Pessoa precisa é virar esta página, porque mesmo por aqui as forças conservadores esgotaram nomes e soluções para a cidade.   

*João Costa é radialista, jornalista e diretor de teatro, além de estudioso de assuntos ligados à Geopolítica. Atualmente, é repórter de Política do Paraíba.com.br     
Sucessão: além do ódio e amor tem o busílis da questão Sucessão: além do ódio e amor tem o busílis da questão Reviewed by Clemildo Brunet on 8/01/2016 06:38:00 AM Rating: 5

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