HISTÓRIA DO RÁDIO E A IMPORTÂNCIA DO BRASILEIRO ROBERTO LANDELL DE MOURA

Gilson Souto Maior

Por Gilson Souto Maior

A história do Rádio, com suas datas marcantes para a radiodifusão nos encanta. Mostra-nos como foi grande o trabalho desenvolvido pelos pesquisadores, desde 1863, em Cambridge – Inglaterra, com a demonstração de James Clerck Maxuell da provável existência de ondas eletromagnéticas, descoberta que chamaria a atenção de outros pesquisadores, como foi o caso de Henrich Rudolph Hertz, um alemão nascido em 1857.

Foi justamente esse pesquisador germânico, que em 1887, com apenas trinta anos de idade, descobriu o princípio da propagação radiofônica. Por isso mesmo, os antigos “quilociclos” anunciados pelos locutores ao identificar os prefixos de suas emissoras, mudaram para “quilohertz” e as ondas do rádio passaram a ser “ondas hertzianas”, numa homenagem ao Henrich Rudolph Hertz.

Coube ao cientista italiano Guglielmo Marconi, a industrialização de equipamentos. Ele foi o responsável pelo surgimento da primeira companhia de rádio, implantada em Londres. Marconi, por isso mesmo, demonstrou em 1896 os seus aparelhos de emissão/recepção de sinais, quando notou a importância comercial do sistema telegráfico (telegrafia). Até ai, o rádio se apresentou, apenas, como telegrafia sem fio, um meio de comunicação dos mais importantes (sem dúvida, o mais importante), pois não existia algo melhor na época.

Outros nomes surgiriam nessa bonita história, como, Oliver Lodge, um inglês, e Ernest Branly, um francês, que inventaram um dispositivo pra melhoria da detecção (sintonia, qualidade da comunicação), chamado “coesor”. Mesmo com esses avanços, a possibilidade de transmissão da fala, através do espaço, era algo inimaginável.

Mas, o homem na ânsia de novas descobertas, fazia o rádio evoluir de forma surpreendente. Oliver Lodge, cria, em 1897, o circuito elétrico sintonizado, instrumento que daria condições de selecionar a frequência desejada. Lee Forest criou a válvula tríodo, enquanto o americano Armstrong ao lado de Von Lieben, um alemão, fizeram essa mesmo tríodo ser responsável pela amplificação e produção de ondas eletromagnéticas contínuas.

E, ao observar as datas, podemos notar, que antes dos nomes citados, também no Brasil o rádio experimentava um grande crescimento. O padre e cientista gaúcho, Roberto Landell de Moura, nascido em 21 de janeiro de 1861, foi responsável pela construção aparelhos importantes para a história da radiodifusão, à frente desses mesmo nomes, em 1893, que foram expostos ao público de São Paulo.

Dos trabalhos desenvolvidos pelo padre brasileiro, podemos cigtar: Teleauxiofono, Caleofono, Anematófono (sistemas de telefonia com fio); Teletiton (telegrafia fonética, sem fio, com o qual duas pessoas podiam se comunicar sem serem ouvidas por outras); e, Edífono (destinado a corrigir e depurar as vibrações parasitas da voz fonografada, reproduzindo-a ao natural).

Para se ter uma ideia da importância desse brasileiro na história do rádio, as suas teses sobre a telegrafia sem fio, a radiodifusão, os satélites de comunicações e os raios laser, foram previstas já em 1890. Reconhecer os nossos valores, sempre foi algo difícil em nosso Brasil. Somente dez anos após, em 1900, através de carta patente de nº 3.279, o governo brasileiro lhe concede o pioneirismo científico, universal, na área de telecomunicações. Para chegar a receber o reconhecimento, durante muitos anos Landell foi chamado de bruxo e quase excomungado pela igreja, por insistir com as suas ideias e descobertas científicas. Uma lástima!

Por fim, o grande brasileiro, padre Landell de Moura, em 1904, nos Estados Unidos, recebeu do governo americano o "The Patent Office at Washington" lhe concedendo três cartas patentes: o telégrafo sem fio, para o telefone sem fio e para o transmissor de ondas sonoras.

A primeira transmissão radiofônica oficial no Brasil, foi durante as comemorações do centenário da Independência do Brasil, no dia 7 de setembro de 1922. Sobre a chegada do rádio em nosso país, conversaremos depois.