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ACORDA POMBAL --- 149 RÁDIO DIFUSORA DE POMBAL!

CONTADA POR IGNÁCIO TAVARES - FILHO DA TERRA. (Foto) Em conversa com o amigo e radialista Clemildo Brunet falei um pouco sobre a Radio Difusora de Pombal, que pertencia ao saudoso amigo Chico Almeida. O raio de alcance era bastante limitado. Se não me engano, havia apenas três autos-falantes distribuídos pelo centro da cidade. O estúdio ficava em frente ao antigo hotel de Chico Caetano, mais precisamente onde hoje funciona um mercadinho. Em cima do estúdio tinha uma difusora apontada para a direção Sul e no mercado central havia uma outra, direcionada para norte da cidade e uma terceira localizada no prédio da antiga Lojas Paulistas, apontada para região leste. Pois bem, no inicio dos anos sessenta, fui nomeado para prestar serviços junto ao Fomento Agrícola com encarregado de vendas de insumos e implementos agrícolas e tinha como companheiro de trabalho, o senhor Chico Almeida, o primeiro multimídia de Pombal. Era um misto de funcionário público, empresário do setor de comunicação, político, por sinal, um exímio animador de comícios e ainda comerciante no setor de confecções. Inteligente e irrequieto. Gostava da vida e muito mais da família. Certo dia, o Chico, me fez uma proposta, que, num primeiro momento deixou-me assustado. Pois estava muito ocupado e por isso, sozinho não tinha como fazer funcionar a sua Rádio Difusora. O tempo lhe era curto diante das suas atividades do dia a dia. Pediu-me que assumisse um horário como locutor e sócio da Rádio Difusora. Achei a coisa estranha porem, engraçada, pois não tinha a menor experiência no exercício da locução. Dessa forma, por esta e outras razões, recusei a proposta. Mas o Chico não era muito de desistir. Assim sendo, com o propósito de me convencer, falou-me que estava fechando um contrato com as Lojas Paulistas, por sinal muito bom e que dividiria ao meio os numerários correspondentes ao contrato. Ademais, ainda teria que assumir um outro horário de 16 às 18 e 30 horas, para atender outros contratos firmados com algumas casas comerciais do centro comercial. O Chico era também proprietário de uma casa comercial do ramo de confecções, que funcionava na lateral do Grande Hotel, onde hoje existe uma casa de venda de peças e bicicletas. O constante assédio de Chico me convenceu, dessa forma dividimos os horários, ficando ele com o horário da manhã e eu com o horário da tarde, além dos sábados, para atender o contrato firmado com as Lojas Paulistas. Esse contrato foi estipulado em dez cruzeiros, sendo que cinco era dele e cinco era meu. Era um bom dinheiro pra aquela época. O programa iniciava às 8 horas de manhã e se estendia às 4 da tarde, sem intervalo. Recebi um roteiro, assim como a listagem dos novos produtos e dos que estavam em promoções. Abria o programa usando o seguinte bordão: ¨Lojas Paulistas, sempre imitadas nunca igualadas¨. No decorrer do programa fazia uma refeição rápida enquanto o disco girava, num momento de seqüência musical. A minha amiga estimada Formiga, hoje, esposa de Agnelo, era quem me abastecia de cafezinhos e lanches fornecidos por Dasdores, dona de um café que ficava na Rua Estreita, onde hoje está instalada as Lojas Martins. Durante a semana, no horário da tarde, fazia a divulgação das promoções levadas a efeito por algumas lojas, inclusive a de Chico Almeida. A propósito, certo dia o Chico me passou uma listagem dos produtos que estavam em promoções, porem, sem as especificações. Falava apenas em roupas íntimas para mulheres e nada mais. Tomei a iniciativa de dar nome aos bois. Assim sendo, substitui a denominação roupas íntimas, por calcinhas, cuecas e sutiãs, entre outros. Quando menos esperava Chico riscou na porta do estúdio apavorado. Os dois bueiros da narina estavam alem do normal e para completar, os olhos esbugalhados denunciavam ares de assombração. Cauteloso, perguntei: o que é que está acontecendo Chico? Respondeu-me: você me pergunta ainda? Essa estória de calcinhas, cuecas, sutiãs vai prejudicar o meu comércio. Como então? Perguntei. Ora, nenhuma moça de responsabilidade vai querer entrar mais na minha loja. Aconteceu, que a coisa funcionou de forma inversa, porque a clientela feminina foi lá ver as calcinhas e os sutiãs, para surpresa do meu estimado sócio. Daí por diante, não houve mais problemas e continuei a anunciar os produtos conforme as especificações. A minha experiência no setor de radiodifusão foi passageira. O horário das quatro da tarde, impossibilitava-me de participar dos treinos do São Cristóvão, defendendo as cores do Maracatu. Assim sendo, entre o Maracatu e Rádio Difusora de Pombal, a minha preferência foi pelo o primeiro. Dessa forma ao cabo de cinco meses, desfiz o contrato e voltei as lides futebolísticas com a cara de filho pródigo. Mesmo assim confesso que valeu a experiência meu amigo Clemildo. Por outro lado convém ressaltar que, por se tratar de um serviço de comunicação que só cobria o centro da cidade, pouca gente tem conhecimento dessa minha experiência, a não ser as pessoas que trabalhavam nas Lojas Paulistas e no centro comercial. Foi bom, mas, confesso que, não era essa a minha praia, porque, o que mais me dava prazer era agitar a massa estudantil, por conseguinte inquietar as oligarquias carcomidas da terrinha. Este sim foi um trabalho que a gente fez com artimanhas e maestria, uma vez que a estudantada nos acompanhava, não obstante a reação de alguns segmentos da sociedade. Foi muito bom e divertido, pelo menos enquanto durou. Ate logo mais....... João Pessoa, 08 de setembro de 2007
ACORDA POMBAL --- 149 RÁDIO DIFUSORA DE POMBAL! ACORDA POMBAL --- 149 RÁDIO DIFUSORA DE POMBAL! Reviewed by Unknown on 9/08/2007 06:34:00 PM Rating: 5

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