MEUS AMORES, MINHA VIDA
Francisco
Vieira*
Entendo ser o amor um
despertar de ternas emoções e de caráter íntimo que se manifesta
espontaneamente nas pessoas.
O coração, abrigo de
sentimentos, agrega carinho, afeto, paixão, brandura, mansidão, etc, ingredientes
que se misturam tornando a receita do amor, inexplicável, inefável. É impossível defini-lo em palavras, daí a
conclusão: amor a gente sente, não explica, pois, o coração é quem manda.
Na vida cultivei vários
amores, alguns passageiros e outros duradouros, que vão desde os mais simples
aos mais sublimes, como a natureza, a música, a poesia, etc, todos provenientes
da mesma fonte que é Deus. Amores vem, amores vão, já outros permanecem
construindo sua história. Nesse vai e vem, o amor a Deus, a família, o bem conjugal,
telúrico e clubista, fincaram raízes se estabelecendo como os maiores amores da
minha vida.
O amor a Deus está em
primeiro lugar, acima de tudo. Depois dele, nada pode ser comparado ao amor familiar,
onde pais e irmãos se tornam apoiadores da família, exceto quando alguém quebra
a harmonia e a boa convivência. Certamente ignora que ser família é conviver em
parceria e cumplicidade, respeitando limites e diferenças. Lamentavelmente desconhece
ser o amor, o respeito e a união a base de sustentação de uma família feliz.
Nada é tão precioso quanto
meus genitores, nem tão grande como o amor por eles. Como pais, foram além da
concepção à vida, me preparando para o mundo e ensinando as regras do bem
viver. A eles tributo o mérito de tudo que sou. Suas ausências ressuscitam
lembranças que permanecem em mim, numa afirmação de que nada preencherá a falta
de Seu Antonio e D. Galvinha.
Transbordando de felicidade
desfruto as emoções do amor conjugal, sentimento que reúne ternura, amizade e
paixão. Foi em nome desse amor que eu e
Lenice nos unimos em matrimônio confirmando a exortação: “Maridos, amai as
vossas mulheres...” descrita por São Paulo, portanto vem de Deus.
Se um bom casamento não se
acha, mas se constrói, assim foi que construímos maravilhosa família composta
de três filhos: Fábio, Fabíola e Felipe – in memoriam. Esse estado de
felicidade se completa com a amizade de genro, nora e netos tidos como filhos. Quão
bom olhar para todos como sangue do meu sangue, vidas da minha vida e partes de
mim.
Hoje, quase um
cinquentenário de união conjugal exalto com mais intensidade as qualidades de
Lenice. Reafirmo ser ela agora muito mais que antes: mais carinhosa,
companheira, fiel, dedicada, prendada, mais mulher e mais em tudo. Acertadamente
um presente de Deus, pois o amor ninguém escolhe, ele acontece.
Pombal, terra que amo e
quero bem. És meu berço e origem, palco de minha ingênua infância e juventude
de sonhos. Sua história, rica em cultura, tradição e fé, é um deleite a partir
da lenda de Maringá, o entusiasmo de sua gente, até a sublime louvação a Nossa
Senhora do Rosário.
Ainda presente na memória, fatos,
locais e personagens do passado que fizeram nossa história, tão única como ela
só. Felizes são aqueles que exaltam com prazer o chão onde nasceu, recordando
com enlevo o passado. É esse amor telúrico que me dá saudades antes mesmo de
partir.
Oh! Meu Brasil. Como és o
país do samba, futebol e da mulher mais bela, como brasileiro sou parceiro
dessa relação. Contrariando a preferência de Jorge Bem Jor, sou Mangueira,
Botafogo e tenho uma grande mulher chamada Lenice, motivos que me fazem feliz.
Sou Botafogo, campeão desde
1910, detentor de grandes títulos e o clube que mais jogadores cedeu a Seleção
Brasileira. Sou Botafogo, único clube tetra campeão carioca e time de
Garrincha, seu maior ídolo, seguido de uma vasta lista de grandes jogadores a
exemplo de N. Santos, Didi, Zagalo, Jairzinho, Gerson, Marinho, Túlio, os
goleiros Manga, Cao, Wagner, Jefferson e outros. Sou Botafogo, responsável pela
maior goleada da história, 24 x 0, sobre o Mangueira F. C. Como presentes de
grego em 1927 venceu o Flamengo por 9 x 2, a maior goleada já sofrida pelo
rubro negro e 6 x 0 em 1972, dia do aniversário de seu arquirrival.
Botafogo, por tudo isso e
mais, tu és e hás de ser meu imenso e eterno prazer. Conduzido pelo brilho
ofuscante de tua Estrela Solitária sou Botafogo: ontem, hoje e sempre. Sou glorioso.
Exultante reverencio minha
profissão de professor e as amizades. Ao
educador, único profissional capaz de transformar pessoas, exalto pela
sacrossanta missão de ensinar e o luxo de ser o professor de todas as
profissões. Quanto as amizades, verdadeiras e sinceras são escassas. Ao longo
da vida aprendi sob duras penas que temos centenas de conhecidos e poucos
amigos, uma raridade.
É infinitamente bom ter
motivos para amar e razões para agradecer.
Voltando o olhar para o
passado, o faço agradecendo pela vida, saúde, trabalho e meus grandes amores.
Esses são meus grandes
amores e por isso sou feliz. Obrigado Deus.
*Professor
e Escritor
Pombal, 19 de junho de 2020.
MEUS AMORES, MINHA VIDA
Reviewed by Clemildo Brunet
on
6/21/2020 07:25:00 AM
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