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A IMPRENSA, A ÉTICA E OS DIAS ATUAIS...

Maciel Gonzaga (Foto)
MACIEL GONZAGA* Falar de ética é falar de liberdade. Porém, em nome da liberdade, muitos excessos e muita falta de ética têm sido cometidos ultimamente em nosso País. Até porque é somente em um ambiente de liberdade que se pode abusar dela. Assim, jornalistas e radialistas passam por sobre a ética e, muitas das vezes, pisam nela. Alguém pode me indagar: você é jornalista, porque pega tão pesado com sua classe? É justamente por isso mesmo que tomo a liberdade de falar, pois conheço uma boa parte de jornalistas que encontra justificativas para escrever, filmar, dizer "coisas" que, pelos padrões do mundo hoje, não conduzem à nossa civilização. Muitos se aproveitam da palavra, amparados na frágil argumentação de que é isso que o povo quer, é disso que o povo gosta. Como jornalista, sempre defendi e defendo a ética que recomenda que "a divulgação da informação, precisa e correta, é dever dos meios de comunicação". Defendo que a atividade jornalística é de natureza social e finalidade pública. Que o jornalista, pelo seu desempenho, deve agregar valor, honra e dignidade à profissão, defender os princípios da Declaração Universal dos Direitos Humanos, respeitar a privacidade do cidadão e prestigiar as entidades que representam a categoria. O jornalista não pode impedir o livre debate nem frustrar o direito à manifestação de opiniões diferentes, e até discordantes, da sua, ainda que no próprio veículo onde trabalhe e no espaço que ocupe. O jornalista deve evitar a divulgação de fatos mórbidos e contrários aos valores humanos e deve tratar com respeito todas – frise-se: todas – as pessoas que menciona nas informações ou comentários que divulga. Além disso, deve preservar a língua portuguesa e a cultura brasileira. Mas, lamentavelmente, a cada dia, se vê mais e mais determinados programas de Rádio, de TV e páginas de jornais que usam palavras, expressões, textos, imagens e emoções apelativas, chulas, sensacionalistas contra quem bem entendem ou desejam atingir. Tudo em nome da audiência. Ética, neste caso, é só um detalhe. Em nosso País, nas sociedades menos desenvolvidas, nas comunidades menos esclarecidas, costuma-se praticar um jornalismo fútil, que estimula o povo à permanente dependência e não à necessária competência. Os jornais aumentam de páginas. As rádios e televisões aumentam de potência. E os comunicadores não têm aumentado nada – nem o salário. Apenas têm suas vozes, suas imagens e seus textos a serviço do poder ou do contracheque público. O aumento do número de veículos e a modernização do maquinário levam ainda à falsa impressão de que a imprensa está evoluindo. Mais do que nunca, jornalistas e radialistas têm o dever profissional, a honra pessoal, a obrigação moral de não cometer calúnia, injúria ou difamação – especialmente quando desempenham suas atividades em lugares onde os níveis de informação e de formação, de consciência cívica e de conhecimento legal são mínimos. O profissional de comunicação está nessas comunidades para servi-las, não para servir-se delas. Tenho certeza de que profissionais conscientes gostariam que a comunidade, o seu público, o ajudasse a serem melhores em sua profissão. Com todo o respeito, sou da opinião de que fazer jornalismo é para jornalistas, não para qualquer um. Cabe aos jornalistas a consciência ética. Só assim a mídia poderá sonhar com dias melhores. *Jornalista, Advogado e Professor. Natal RN.
A IMPRENSA, A ÉTICA E OS DIAS ATUAIS... A IMPRENSA, A ÉTICA E OS DIAS ATUAIS... Reviewed by Unknown on 8/29/2008 02:14:00 PM Rating: 5

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