banner

DEPOIS DAS URNAS...

CLEMILDO BRUNET* Se todos tivessem o entendimento de que eleições é o pleno exercício de cidadania e liberdade que cada eleitor tem para votar e escolher democraticamente seus candidatos, as disputas eleitorais não seriam tão acirradas a ponto de dividir famílias e amigos, ocasionando transtornos e tristezas entre pessoas que vivem no mesmo torrão. Não sei o que se passa nas pessoas que durante uma campanha eleitoral ficam indiferentes com os seus semelhantes se estes mostram sua preferência por um ou outro candidato que não seja aquele de sua facção partidária ou que do mesmo modo não se manifestem publicamente. Por que agir assim, se todos têm plena consciência de que um tem que perder para que o outro ganhe? O voto é sagrado, por este motivo ele é secreto. Ninguém é obrigado a manifestar publicamente em quem vai votar. Nem mesmo aquele que é funcionário público concursado. Somos cidadãos livres que podemos torcer ou não por este ou aquele candidato. Abster-se de declarar quem está apoiando não é pecado. Embora seja retórica, os discursos dos agentes políticos é dizer que o eleitor é livre para escolher e fazer uso da consciência na hora de votar. Décadas atrás as preferências eleitorais eram respeitadas nos limites da democracia e do bom senso. Depois das urnas o resultado obtido na votação em favor de determinado candidato não levava quem os apoiou a xingar seus adversários. Havia sempre o respeito recomendado pela liderança política do vitorioso. Para o perdedor bastava tão somente a humilhação de não ter logrado êxito no pleito. Certa vez me disseram que um experiente político de nossa região depois de ter perdido uma eleição declarou: “Perde-se uma batalha, mas não a guerra”. È bom lembrar que a política partidária é uma gangorra nem sempre quem está em cima se perpetua no poder. Em um passado não muito distante participei de muitas campanhas políticas no exercício do meu trabalho profissional e digo com certeza que me sentia desconfortável com a posição incômoda de aliados que não entendiam o meu modo de trabalhar pelo simples fato de não agredir os nossos opositores. Lembro-me ainda que certa vez ao fazer a divulgação dos nossos candidatos em determinado bairro em nossa cidade, o candidato da outra facção política estava entrando nas casas e dando dinheiro. Um desses aliados disse-me: “Diga aí, receba o dinheiro dele e vote contra”. O que eu prontamente respondi: Não. Diga você. De outra feita, depois de haver auxiliado como locutor nos Comícios e trabalhado em favor do candidato do meu partido, após o resultado das urnas em que o nosso candidato perdeu a eleição, alguém chegou a dizer que eu havia votado contra e, por conseguinte fui dispensado do emprego. Hoje porque não me manifesto publicamente se estou com esse ou aquele candidato, existe uma censura velada de amigos e alguns invadem minha privacidade e perguntam: Você está com quem? Infelizmente muitos não aprenderam ainda que o direito de liberdade de um termina quando começa o do outro. Verdade é, que o voto dado secretamente não leva o nome de quem votou, aparece tão somente misturado entre os números dos candidatos votados. È como costuma dizer o nosso amigo jornalista João Costa. “Assim caminha a humanidade!” *RADIALISTA CONTATO: brunetco@hotmail.com WEB. www.clemildo-brunet.blogspot.com
DEPOIS DAS URNAS... DEPOIS DAS URNAS... Reviewed by Unknown on 10/09/2008 05:29:00 AM Rating: 5

Nenhum comentário

Recent Posts

Fashion