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A MEDALHA MERECIDA DE CLEMILDO E O ASILADO.


A medalha merecida de Clemildo e o asilado

Publicado por João Costa em 11/06/2010
17h46 Atualizada em ( 11/06/2010
17h46 )

Sou avesso em cobrir sessões especiais na Assembleia Legislativa para entrega de medalhas ou comendas, embora faça cobertura dos trabalhos legislativos para este portal de notícias. Sou avesso porque geralmente, os agraciados sequer são merecedores, geralmente quando recebem títulos de Cidadão Paraibano ou a Medalha de Epitácio Pessoa.
No caso de Clemildo a história foi diferente. Além de justíssima, a homenagem ao jurássico radialista foi belíssima. Justa por reverenciar um profissional de longeva trajetória e contribuição ao rádio paraibano e à imprensa paraibana de um modo geral. Uso a palavra contribuição para poder me inserir nessa trajetória. Desembarquei na redação do Correio da Paraíba em novembro de 1987, de lá saindo também em novembro de 2000. Já entrei como editor setorial. Para enfrentar as feras de então, fui buscar na experiência radiofônica vivida por mim no Lord Amplificador no final dos anos 60.
Na solenidade, o Clemildo lembrou que eu mesmo afirmara que entrara no Lord como “parasita”. Depois puxei pela pouca memória e lembrei que jamais eu teria usado a palavra “parasita”, erudita demais para o garoto pombalense estreante no rádio. A palavra que usei foi “asilado” termo muito comum em Pombal naquela época para designar desocupados em mesas de sinucas da cidade. Bem, tanto faz como tanto fez, porque asilado é o mesmo que parasita.
No Lord, fui de controlista a apresentador, mas o que me marcou mesmo foram as reportagens policiais feitas na Cadeia Pública. Nessas reportagens ouvia todos os lados, polícia, acusado e vítimas, geralmente quengas do rói couro, onde acabei me familiarizando com elas, as quengas.
Hoje, no mundo da espetacularização da notícia, o fato importa pouco, as versões do fato importam mais. No Lord aprendi apurar uma notícia, e isso agradeço ao jurássico Clmeildo Brunet – com o t aberto. Continuo valorizando os fatos, ferramenta importante no jornalismo e que capturei nas reportagens do Lord.
Talvez os pombalenses de hoje ignorem Clemildo, e se assim o fizerem, debito em conta ao grau de ignorância que deve ter tomado conta da juventude da minha terra natal.
Quando olho para o passado, e recordo que aprendi a ler jornal no Lord Amplificador, que me envolvi na luta pela liberdade e contra a ditadura lendo O Pasquim no Lord, um jornalzinho que chegava a Pombal uma vez por mês, isso quando estudantes universitários levavam de João Pessoa para organizar movimento estudantil no grêmio do Colégio Diocesano, que não existe mais, que considero um crime inominável da Igreja Católica, especialmente da Diocese de Cajazeiras. Este e outros crimes contra Pombal ficam por conta de historiadores, o que interessa aqui, é que foi o Lord do Brak – nome do cachorro do Clemildo – que me deu régua e compasso para atuar onde hoje atuo.
Foi uma homenagem justíssima. Vi por lá, o W.J.Solha, um paulista pombalense que mais orgulha Pombal do que São Paulo, seu estado de origem; vi por lá o Carlos Abrantes, Otacílio Trajano, juízes, desembargadores, professores universitários, todos discípulos ou reconhecedores de Clemildo como um dos pombalenses mais ilustres, e que ainda vive no século 2001.
Amigo Clemildo. Haja o que houver, somos todos do século passado. Escrevo isso porque sei que o Brak hoje navega na internet, virou blogueiro, e ainda se faz respeitar, não mais pela Voz da Cidade, não mais pelo Lord Amplificador, mas pelo seu blog, que agora fala para o mundo, feito a Rádio Clube de Pernambuco.

Assim caminha a humanidade!
A MEDALHA MERECIDA DE CLEMILDO E O ASILADO. A MEDALHA MERECIDA DE CLEMILDO E O ASILADO. Reviewed by Clemildo Brunet on 6/11/2010 06:43:00 PM Rating: 5

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