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O LIVRO VERNECK É UMA RELÍQUIA

Maciel Gonzaga (Foto)
Maciel Gonzaga*

A pessoa pode trocar de cônjuge, casa ou trabalho, mas a paixão por futebol permanece intocada. E paixão não se explica, acontece. A paixão do povo brasileiro pelo futebol é eminente em todas as partes do país. Seja no Norte, no Sul, Nordeste ou qualquer parte do país, a união selada por este amor incondicional torna-se nítida. Alguns externam esta paixão de várias formas.

Aliás, a paixão não é eterna, menos mal. Ela se transforma com o tempo em amor, algo mais duradouro e eterno, em chama. Quem vê um torcedor apaixonado por futebol sabe que isto deixa sua essência mais completa, para obter uma imensa sensação de plenitude. No futebol, este fogo nos leva ao entusiasmo, palavra derivada de entheos que significa deus interior. O historiador e professor do departamento de Teoria Literária da Unicamp (Campinas) Leonardo Affonso de Miranda Pereira explica que o futebol pode ser oficializado como a paixão nacional e os motivos para essa afirmação são quatro: sempre foi popular (fácil de praticá-lo), está relacionado à diversão (nas agremiações mais populares era comum misturar futebol e carnaval), é a representação do nosso país, pois a população se identifica com os jogadores (em 1938 o sentimento nacional se consolidou em torno do futebol), além da convicção de que o Brasil tem o melhor futebol do mundo.

Alguns sociólogos dizem que para conhecer uma sociedade, basta saber qual é o esporte mais popular do país. Acertaram em cheio, pois somos realmente um povo apaixonado por futebol onde os torcedores se esquecem de todos os problemas. Nosso futebol está associado à criatividade; uma mescla de arte corporal e mental cuja finalidade é obter a plenitude, a felicidade.

Pois bem! Desejava eu algumas informações sobre “Mané Maluco” para escrever um artigo sobre aquela figura que fez parte do nosso futebol e recorri aquele que é uma verdadeira enciclopédia viva quando se trata da história de Pombal: Verneck Abrantes de Souza, que eu me acostumei na infância a chamá-lo de Nequinho, desde o tempo em que a minha mãe Roza Gonzaga lavava roupas da casa de “Seu Lelé”, seu pai. Me disse Verneck durante a festa do “Filhos de Pombal” do ano passado que eu, talvez, seja a única pessoa que ainda lhe chama de Nequinho.

Em meio ao nosso contacto ele acaba me enviando o seu livro “Futebol Pombalense (1920-1990)”. Uma relíquia. Tive a oportunidade de conhecer fatos, histórias e causos, além de ver fotos de Agnelo, Natal Queiroga, Zaqueu, Perequeté, Zé Canário, Menininho, João Rapadura, Dilau, Carrinho, Panela, Buá, Luís de Camilo, Nêgo Adelson, Cachorra Velha, Tuzim, Carlos César, e tantos e outros da chamada velha-guarda do futebol. Até um primo meu que não o vejo há mais de 50 anos – Paulo Cubal – estava lá em um foto do Internacional Futebol Clube de 1971.

Fiquei emocionado quando me deparei com dois artigos meus – sobre Carlos César e Eurivo Donato – republicados no livro. É bem verdade que, antes, já havia lido os artigos de Paulo Abrantes e Eronildo Barbosa retratando a obra prima que era o livro e conceituando- o como “um livro é muito bom, onde as histórias permitem que o leitor faça uma bela viagem a Pombal de antigamente”.

Por isso, faço minhas as palavras do engenheiro Paulo Abrantes: “Parabéns, Verneck, pela simplicidade e pela iniciativa de reunir em livro, um elenco futebolístico que já tinha fugido da história, mas nunca de nossa memória. Agora sim, está registrado, e tão bem registrado para as gerações futuras, é tanto que o livro já se encontra com a primeira edição esgotada. Ninguém soube contar tão bem esta página futebolística de sua terra, como você, é um livro que tem história, enredo e cheiro de Pombal. Suas crônicas são providas de uma característica incomum, por retratar, com absoluta fidelidade, o perfil e hábitos de seus conterrâneos, companheiros de futebol, tornando os fatos e fotos numa leitura tão gostosa”.

Isso posto, tudo o que se falar de bem do livro de Verneck, ainda é pouco. Dediquei-me a uma leitura entusiástica no primeiro dia do ano de 2011, acompanhando todos os fatos a partir do final da década de 50 e anos 60, me sentindo presente ao “Aveloszão”. Esse livro é mais uma grande contribuição que o autor nos dá para o resgate da história de Pombal.

*Jornalista, Advogado e Professor. Natal RN.
O LIVRO VERNECK É UMA RELÍQUIA O LIVRO VERNECK É UMA RELÍQUIA Reviewed by Clemildo Brunet on 1/07/2011 11:12:00 PM Rating: 5

Um comentário

JERDIVAN NOBREGA DE ARAUJO disse...

Eu estava escrevendo alguma coisa a respeito deste livro de Verneck, mas, acho que Paulo e Maciel ja deu o recado. espero agora que o povo de Pombal de o seu devido valor a mais este trabalho feito com a amor a paixão cidade de Pombal
jerdivan

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