A SEMANA UNIVERSITÁRIA

Onaldo Queiroga

Onaldo Queiroga*

Existem coisas que desaparecem e não fazem faltas. Outras não deveriam desaparecer, pois marcaram épocas e foram importantes na construção da nossa história.

Quando adolescente, vivi em Pombal intensamente um período que muito me marcou. Refiro-me às denominadas “Semanas Universitárias”, período em que os estudantes buscavam atrair cultura, esporte, arte, palestras, festivais de músicas e poesias, enfim, toda uma gama de atividades que faziam com que os universitários interagissem com a comunidade, além de permitir o reencontro daqueles estudantes que regressavam à terra natal.

Mesmo antes de adentrar a Universidade, tive a grata satisfação de vivenciar esses períodos. Na semana universitária de Pombal, tínhamos gincanas culturais, campeonato de futebol de campo, de vôlei, de futsal, teatro, palestras, festas com artistas locais interagindo com outros de renome, apresentações de cirandas, gincanas de motos, etc.

Após meu ingresso na universidade, deixei de ser um espectador para participar ativamente desses momentos. Cheguei a ser vice-presidente da A.E.U.P. - Associação dos Estudantes Universitários de Pombal, ocasião em que o presidente era esse irmão de alma pura, poeta, compositor e cantor – Luizinho Barbosa. Foi um instante indelevelmente significativo para mim. Hoje, lamento não ter me integrado com maior vigor na organização daquela semana universitária coordenada por Luizinho. Se o tempo voltasse, a dedicação seria outra. Mas, o tempo não volta.

A semana universitária não era um evento exclusivo dos estudantes de Pombal, pois me lembro de que essa festa também existia em Patos, Sousa, Cajazeiras e Piancó.

Ultimamente, não tenho ouvido falar mais desse tipo de evento. Por curiosidade, acessei a internet e lá só encontrei algumas menções apenas “a semana universitária” no âmbito estadual, especificamente nos Estados do Rio Grande do Norte e Ceará.

Não sei qual o motivo pelo qual os universitários paraibanos deixaram de realizar um evento tão grandioso. Alguém comentou que talvez tenha sido porque as cidades acima mencionadas hoje possuem universidades e aquele aspecto de que a festa existia como ponto de reencontro da estudantada deixou de existir. Esse motivo é frágil, haja vista que o retorno da semana universitária representa a volta de um contributo importante. Os estudantes poderiam criar uma agenda positiva, levando para as comunidades carentes ações na área do esporte, da cultura, da saúde, das artes, além da realização de campanhas de combate às drogas e à prostituição infantil.

Onde estão os universitários? Fica aqui a saudade, mas também a esperança de que os estudantes pombalenses reeditem, brevemente, uma nova semana universitária, que contribua com a construção de dias melhores. Vocês são capazes!!!

*Juiz de Direito da 5° Vara Cível da Capital.

onaldoqueiroga@oi.com.br