VOCÊ DORME BEM?
Cessinha Neta |
Sabe-se que, algumas pessoas ressonam à noite, quando dormem em decúbito dorsal (de barriga para cima), pois a língua cai um pouco para trás. Todavia, o ronco patológico se manifesta através de vibrações e ruídos intensos, decorrentes de passagem de ar com “turbilhonamento” por via estreitada. O ronco se forma, principalmente, na região entre a base da língua e a porção superior da faringe.
Existem várias alterações que propiciam o aparecimento do ronco: amígdalas e/ou adenóides muito grandes, baixa do tônus muscular da região (por álcool, uso de benzodiazepínicos), dentre outros fatores que culminam com obstrução nasal e respiração bucal (esta não deve ser estimulada). A obesidade também é fator importante relacionado ao ronco, visto que ocasiona acúmulo de gordura, aumentando a obstrução da faringe.
A forma mais grave e temida apresentada pelos roncadores é a famosa Apnéia do Sono. Mas o que é apnéia? Diz respeito à parada respiratória provocada pelo fechamento da faringe quando a pessoa está dormindo e roncando. No adulto, a parada pode durar dez segundos e na criança dois a três segundos. Esses episódios de apnéia (paciente acorda sufocado), os quais podem se manifestar por até centenas de vezes durante uma única noite de sono, provocam queda da saturação de oxigênio do sangue e, a longo prazo, acarretam problemas ao organismo (hipertensão arterial, cardiopatias e até a morte). Como resultado desses microdespertares, o paciente apresenta no dia seguinte, intensa sonolência, tristeza, irritabilidade, déficits de memória, baixa de rendimento no trabalho.
Diante de circunstâncias que interfiram no sono e na produtividade diurna do paciente, além do incômodo para quem compartilha as noites com o mesmo, a procura por ajuda profissional torna-se indispensável.
A abordagem de um paciente com a queixa de ronco baseia-se na história (geralmente ratificada e/ou expressa por testemunha), exame físico minucioso (nariz, boca, pescoço); ainda se utiliza como recurso a polissonografia, a fim de se observar quais as repercussões do ronco no sono e na saúde do paciente. O diagnóstico é multidisciplinar.
O tratamento depende do diagnóstico realizado, podendo ser desde adoção de algumas medidas, passando pelo uso de dispositivos para melhorar a respiração até procedimentos cirúrgicos. Simples medidas para redução e/ou desaparecimento do ronco consistem em: dormir de lado (evitar dormir de barriga para cima); desenvolver hábitos saudáveis de vida, como prática de exercícios físicos, alimentação balanceada (comer menos à noite); evitar uso de bebidas alcoólicas; reduzir o peso.
A correção cirúrgica é normalmente utilizada em casos de tumores, pólipos nasais, entre outros. Porém, atualmente, a melhor opção terapêutica para a apnéia é o CPAP, aparelho que é acomodado no nariz, gerando uma pressão positiva, a qual é transmitida à faringe que se abre para a passagem do ar. O uso desse aparelho afasta o risco de problemas cardiovasculares e melhora o ronco; é utilizado por tempo variável.
Logo, a mensagem mais importante desse tema se refere à necessidade de apoiar o roncador, incentivando-o a procurar auxílio médico. Interessante investigar todas as crianças roncadoras, pois são potencialmente portadoras de amígdalas e/ou adenóides grandes, precisando de intervenção correta. O otorrinolaringologista poderá ser consultado para maiores esclarecimentos.
¹ ² ³Maria do Bom Sucesso Lacerda Fernandes Neta
E-mail para contato: sucessomed@hotmail.com
¹Patoense, 22 anos, mais conhecida como “Cessinha”, poetisa, escritora.
²Acadêmica do 10º período de medicina da Faculdade de Ciências Médicas de Campina Grande.
³Membro Efetivo da Academia Patoense de Artes e Letras.
VOCÊ DORME BEM?
Reviewed by Clemildo Brunet
on
5/28/2011 09:42:00 AM
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