DIAS SOMBRIOS, NOITES ESCURAS...
Genival Torres Dantas |
Genival Torres Dantas*
No mundo empresarial você começa a sentir quando a situação não vai bem, no momento que a clientela começa a ficar rara, o estoque não é o mais mesmo nas prateleiras, as ofertas passam a ter uma assiduidade maior, o material humana já não é mais o mesmo, com aspecto cansado, apreensivo, com um olhar de incerteza. Esses sinais são vistos pelas pessoas externas.
Quando isso acontece a situação interna já está muito mais embaraçosa, as infindáveis reuniões com fornecedores, para colocação de pedidos barrados no departamento de crédito. Apelos aos bancos na busca de manutenção de uma linha de crédito já debilitado, muitas vezes cortados. Pagamento de salários fora do prazo conforme normas e procedimentos legais, rescisões contratuais num volume que não acompanha o fluxo de caixa.
Uma verdadeira tortura mesmo para o executivo mais experiente, treinado para passar por turbulências mais fortes, o desgaste emocional é muito grande.
Quando esses evidências e fatos tornam-se realidade o resultado final normalmente é triste, perdas irreparáveis, fechamento de unidades, desemprego, prejuízos à praça, quando não, a falência jurídica.
No mundo político a situação não é muito diferente da realidade empresarial, claro, nas devidas proporções e cenários distintos.
Os últimos dias políticos do nosso país tem nos deixado preocupado muito mais que antes, a situação se fragmentando, tornando a base de apoio, no legislativo, ao executivo, numa temeridade para a manutenção da política de produção, comercialização e crescimento.
A oposição começa e se definir para as eleições municipais que se aproximam, São Paulo, dia 24 último, fez sua escolha no principal partido político de oposição, o PSDB, indicando o ex-prefeito, senador, governador, ministro da saúde, José Serra, o maior trunfo do partido dentro do Estado de São Paulo.
O momento da escolha entre o José Serra, indicado entre mais dois concorrentes, José Aníbal e o deputado Ricardo Trípoli, dois velhos militantes do PSDB, não foi o mais apropriado, abre uma brecha enorme para o senador mineiro, Aécio Neves, neto do Tancredo Neves, primeiro presidente eleito nas eleições ainda indiretas, e ex-governador de Minas Gerais, forte candidato à presidente da República não fora os últimos acontecimentos levantados pela imprensa, com a suspeito do senador, apático no senador, ter pago salários de seus assistentes com jetons de empresas estatais, do seu Estado. Fato, se confirmado, bastante delicado.
Outra situação de elevado constrangimento para a oposição é o caso do líder do DEM, no senado, senador Demóstenes Torres (DEM-GO), que teria recebido dinheiro de um contraventor, Carlinhos Augusto Ramos, ou simplesmente Carlinhos Cachoeira. Esse fato fez a própria oposição, principalmente o DEM, na pessoa do seu presidente e líder no senado, o senador José Agripino Maia, a solicitar investigações a respeito do caso.
Se confirmado a oposição fica sem moral ou crédito para manter seu discurso contra a situação. Ficando as duas alas, governistas e oposicionistas, no atual momento, como colocamos no início, tal qual uma empresa privada fica, sem alternativas, em estado pré-falimentar. Ficando, ambas, em dias sombrios e noites escuras até a definição dos fatos. O Brasil não merece essa encruzilhada, vamos torcer que tudo não passe, como se diz na linguagem dos próprios políticos, tudo isso não passa de intriga da oposição.
*Escritor pombalense e empresário em Santa Catarina.
DIAS SOMBRIOS, NOITES ESCURAS...
Reviewed by Clemildo Brunet
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3/27/2012 05:27:00 AM
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