ELEIÇÕES A VISTA: O QUE O POVO DEVIA OUVIR DOS CANDIDATOS?
Ignácio Tavares |
Ignácio Tavares*
A cada quatro
anos ocorrem eleições municipais com vista a eleger os novos prefeitos.
O povo
é o grande arbitro no processo de escolha. Sim, isso mesmo, é o povo quem vai
definir os destinos administrativos do seu município por um período de quatro
anos. É o povo quem vai avaliar através do voto quem é capaz dar visibilidade
administrativa ao município, condição necessária para que ocorra momentos de
prosperidade.
Eu falei
prosperidade, não é? Algum tempo produzi vários textos nos quais adverti que a
economia de Pombal estava a perder posições relativas dentre os seis municípios
mais desenvolvidos da região sertaneja. Mostrei através de números, que no
nosso encalço, a poucos pontos percentuais de diferença, estão os municípios de
Catolé do Rocha e São Bento. Resta saber até quando aqueles dois municípios
manterão os seus respectivos PIB, inferiores ao nosso.
É claro que
expectativa da nossa economia perder posição relativa, não se concretizará de
forma imediata, pois os números das economias dos dois municípios em questão
apenas mostram uma tendência. Por outro lado guardo a convicção de que, se nada
for feito pra barrar a situação vigente inapelavelmente podemos ser guindado a
uma posição pouco confortável no quadro da economia sertaneja.
Tem saída pra
essa situação?
Claro que tem. Se a nova prefeita, seja lá quem for, tomar a iniciativa de instituir políticas públicas que resultem na inversão na curva de crescimento da economia da terrinha, com certeza esta previsão não se realizará. Assim acontecendo, sem dúvida, Pombal manter-se-á como a quarta mais importante economia do sertão. Que assim seja.
Claro que tem. Se a nova prefeita, seja lá quem for, tomar a iniciativa de instituir políticas públicas que resultem na inversão na curva de crescimento da economia da terrinha, com certeza esta previsão não se realizará. Assim acontecendo, sem dúvida, Pombal manter-se-á como a quarta mais importante economia do sertão. Que assim seja.
Exposta essa
situação, pergunta-se: que mensagens os candidatos ou candidatas vão apresentar
ao povo nos seus respectivos palanques? Desconfio que, pelo andar da carruagem, nesta
campanha os discursos de palanques vão estar recheados de coisas desagradáveis.
Tomara que esteja enganado. E você meu amigo o que é que acha?
Qual o porquê
da minha previsão? É o seguinte: na maioria dos municípios do porte de Pombal o
modo de fazer política está em franco processo de mudança. Aqui na nossa
província infelizmente, não. Tudo continua como dantes. Na nossa terra ainda
prevalece o antigo sistema de se fazer política partidária fundamentada pela
“paixão”. É ai que vai “pras cucuias” a capacidade de
avaliação do apaixonado eleitor.
O voto passar ser “instintivo” sem o mínimo de
massa critica, não é verdade? Numa ocasião tive a oportunidade de assistir a
uma discussão entre partidários dos dois principais lideres da cidade. Não
gostei do que ouvir, pois em nenhum momento foi posto em xeque a questão da prosperidade do município. A discussão toda
girava em torno de questões pessoais e nada mais. Assim não dá, não é amigo?
Pois é, em meio
a toda essa paixão, os discursos que deveriam ser o principal instrumento para
levar ao povo mensagens transformadoras, podem cair no vazio ao transformar-se
em peças desaforadas de acordo com o gosto da plateia. Assim sendo não haverá
espaços para apresentar ao povo as principais propostas de mudanças que o
momento político institucional esta a exigir.
Se nada for
feito, em termos de programas e projetos estruturantes, com certeza, seremos
ultrapassados pelos municípios vizinhos, já citados anteriormente. É justo
reconhecer que muita coisa foi feita nas áreas de educação e saúde, mas não o
suficiente para fazer a economia crescer de forma sustentada. Os demais setores produtivos, altamente
geradores de emprego e renda, como agricultura e indústria continuam
estagnados. Assim não dá.
O desemprego no
sertão, entre os jovens da faixa de 18 a 25 anos é deveras assustador. Está
provado que quanto maior forem os desempregos, principalmente nesta faixa
etária, maior é o desvio de conduta do jovem. Os resultados são as drogas,
prostituição, marginalidade, entre outros males da sociedade da era da
globalização.
A solução para
esses problemas é o desenvolvimento econômico. É fazer o PIB do município
crescer de forma continuada a percentuais auspiciosos.. Para tanto tem que
haver políticas públicas direcionadas a essa finalidade. Alguns municípios
vizinhos estão desenvolvendo projetos com a finalidade de atrair indústrias
para seus respectivos territórios, com relativo sucesso.
É chegada a
hora das senhoras candidatas dizerem pra o povo o que deseja fazer em termos de
projetos e programas com o objetivo de retomar o crescimento da economia da
terrinha. Chega de discurso vazio! Chega de brigas de palanques! Queremos ouvir
propostas de programas e projetos
exequíveis e nada mais.
Enfim, tenho absoluta certeza que realmente é
isso que o povo deseja ouvir dos habituais palanqueiros da nossa terra e não
insultos, desaforos ou coisas parecidas. Viva o povo!
João Pessoa, 18 de Julho de 2012
*Economista e escritor pombalense
ELEIÇÕES A VISTA: O QUE O POVO DEVIA OUVIR DOS CANDIDATOS?
Reviewed by Clemildo Brunet
on
7/18/2012 11:37:00 PM
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