Letargia Econômica e eufórbia da esculhambação
Genival Torres Dantas |
Genival Torres Dantas*
A
economia globalizada que é o continuísmo da era industrial, no final do século
XVIII e inicio do XIX, vem definhando na proporção que o tempo passa e ficamos
a praticar políticas superadas e inoperantes nas políticas de negociações
internacionais.
Na
Europa, no atual quadro, do desanimo e pessimismo tangencia a sistêmica e
complexa economia combalida, reconhecidamente em estado falimentar, e traduz
uma realidade de incertezas para o futuro próximo. Com exceção de poucos países
menores e a Alemanha que continua a trabalhar forte, e continuamente, em busca
de um crescimento de 2.5 vezes ao projetado pelo FMI para o ano em curso.
A
fórmula encontrada pelo país que saiu da segunda guerra mundial totalmente detonado,
em toda sua estrutura, foi muito simples, apostou na formação de pequenas
empresas, com alta tecnologia, para venda no mercado externo, com políticas de
apoio ao empreendedorismo, parceria entre governo e a economia privada, numa
mistura de capital, trabalho e controle. Essa, sem dúvida, é a fórmula ideal
para qualquer sistema político, onde prevalece o bom senso, o equilíbrio e a
solidariedade das classes.
Os
EUA continuam lutando para sair do marasmo em que se encontra, tentando se
reeleger, seu atual presidente, barack Obama, corre em busca do voto de
confiança dos seus patrícios a todo custo.
Os
tigres asiáticos mostram talentos, principalmente na redução de custos na linha
de produção, inventando fábricas móveis, montadas em navios em direção aos
mercados ainda consumidores, na tentativa de manter viva uma economia
eqüidistante do mistifório mercado consumidor atual.
O
Brasil representante dos emergentes na America do Sul tem sua capacidade
produtiva reduzida, pela incapacidade nos seus investimentos, tanto no setor
público como no privado. Até agora, em 2012, o governo federal investiu 20% do projetado
para o setor produtivo, em 50% do tempo previsto, ou seja, o governo não é
capaz de gastar nem o que tem em caixa, previsão orçamentária, verbas liberadas.
Enquanto que o setor privado reinvestiu 17% dos 25% recomendado, do resultado
do PIB.
No
descompasso do samba do crioulo doido, a nossa presidente, Dilma afirma, na 9ª
Conferência Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, que: “uma grande
nação deve ser medida pelo que faz para as suas crianças e adolescentes, não
pelo seu PIB”. Ou seja, a nossa presidente quer nos fazer engolir que o
crescimento do PIB tem menor importância que o tamanho dos indicadores sociais,
pura falácia.
O nosso desempenho no campo da educação
chega a ser constrangedor, no ranking da UNESCO, entre os 127 países ocupamos o
88°, na Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico estamos em 53°
lugar, dentre os 65 concorrentes, uma vergonha para todos nós brasileiros, isso
no tocante em compreensão de leitura e em ciências, ficando numa posição mais
humilhante, em 57°, quando o assunto é matemática.
O argumento apresentado pelo governo, nas
palavras da presidente, é para compensar ou justificar a absoluta falta de
perspectiva de crescimento do PIB nacional, previsto no início do ano, em 4.5%,
próximo do ideal. Entretanto, já sabemos que vamos chegar a um número em torno
de no máximo 2%, sofrível para um país que canta de galo no terreiro do
desenvolvimento econômico mundial, como nunca antes visto.
É hora de baixar a bola, procurar entender
porque nossa economia não responde aos investimentos, no caso da indústria
automobilística, quando o governo suspendeu a cobrança parcial do IPI, para
determinados produtos, assim como à indústria branca, geladeiras, maquinas de
lavar, e outros, que tiveram os mesmo privilégios dos carros, em detrimento ao
sufoco que passa os setores de consumos básicos, tais como a suinocultura no
sul do Brasil e a sobrevivência geral dos irmãos nordestinos que choram as
conseqüências advindas da longa estiagem naquela região.
Claro que o grau de endividamento da massa
consumidora é responsável pela estagnação nas vendas do mercado interno, não
adianta esticar prazos e baixar juros, o que manda é o poder de compra do
consumidor, esse não existe, a pior, falta políticas voltadas para incentivo à
retomada do crescimento real e a coragem de encarar a realidade com mudanças
para realinhar nossa economia que tem mostrado sinais de desgastes depois de 20
anos da implantação do plano real. Temos que reagir com lucidez e determinação
caso contrário estamos fadados há tempos ruins que podem vir por aí.
*Escritor e Poeta - Navegantes SC
Letargia Econômica e eufórbia da esculhambação
Reviewed by Clemildo Brunet
on
7/18/2012 11:21:00 PM
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