Um Final de Ano Preocupante
Genival Torres Dantas |
Genival
Torres Dantas*
Temos nos aproximados do
final do ano e muitas preocupações e ansiedades ocupam os espaços daquelas
pessoas que se preocupam e procuram avaliar o desempenho como um todo do nosso
país. Esse é um assunto recorrente em reuniões formais ou não, basta ter duas
cabeças pensantes para que comece uma discussão em torno do nosso futuro
político e econômico, até mesmo o tema jurídico já começa a ser um assunto rotineiro,
principalmente pela atuação recente do STF que tem se apresentado à sociedade
de uma forma mais próxima da linguagem do grande público, sem os termos
técnicos incompreensíveis a massa que acompanha as sessões do Supremo, com
admiração, respeito e
acima de tudo grande dose de credibilidade e confiança
total no resultado final das sua ações e vereditos.
Com as condenações dos 25
réus, de um total de 40, no caso popular do Mensalão, em fase final, foi
confirmada a expectativa das condenações pela grande maioria da população que
se sentiu traída por uma parcela de alguns políticos de diversos partidos. Mal
encerrado a fase das penalidades estourou uma nova operação denominada de
“Porto Seguro”, agora uma situação mais vexatória ainda, consiste de ações, de
corrupções com cobrança de propinas para favorecimento à algumas empresas para
fornecimento de pareceres falsos e
liberação de funcionamento, normalmente em áreas impróprias,
favorecimentos de tráfico de influência
por parte de alguns servidores próximos do governo central como as
agencias reguladoras e a secretaria da presidência da República locada em São
Paulo.
Para tumultuar ainda mais o
quadro da moralidade, os réus já condenados pelo Mensalão, Marcos Valério
Fernandes de Souza, Delúbio Soares de Castro e Freud Godoy insinuam que podem
apresentar novas provas com depoimentos bombásticos, ao PGR (Procurados Geral
da República), caso se sintam relegados e desprotegidos pelos seus parceiros de
atos criminosos, na tentativa de incriminar outras pessoas que até então não
foram denunciados no processo. O Marcos Valério, especificamente, tenta arrolar
o ex-presidente Lula, num gesto desesperador de ver sua condenação atenuada
pela delação premiada.
O Carlos Augusto de Almeida
Ramos, Carlinhos Cachoeira, depois de sair da cadeia, efeito de uma liminar,
saiu dizendo ser a garganta profunda do PT (Partido dos Trabalhadores)
acirrando mais ainda os nervos daqueles que fazem parte do caso cachoeira, de
profundo prejuízo ao erário público e decepções no meio político.
Os irmãos Vieira, comandados
por Paulo Vieira, ex-diretor da Agência Nacional de Águas (ANA), juntamente com
Rosemary Noronha, ex-assessora da Presidência da República, indiciados na
operação Porto Seguro, estão sendo blindados em decorrência da possibilidade
deles falarem mais que o necessário, arrastando ao centro do escândalo figuras
notáveis, além das 20 pessoas já identificadas.
Essa situação tem levado o
PT, principal partido envolvido nas transações apresentadas como suspeitas,
pela participação de membros do seu quadro nos casos em questão, tenta se
defender colocando seus filiados e aliados, como uma verdadeira tropa de
choque, na tentativa de amenizar os efeitos negativos desse quadro vergonhoso
para a nação. A mobilização nacional no intuito de construírem propostas de
agenda positiva tem levado muitos dos seus líderes a dar opiniões numa única
direção: as eleições de 2014. A declaração mais sensata e coerente dada nos
últimos dias foi do líder do PT na Câmara, Arlindo Chinaglia, que sustenta a
tese mais que lógica, “quanto mais o PT evitar o mal feito, mais fará sua
parte”.
A presidente Dilma já lançou sua posição em defesa do ex-presidente
Lula, seus auxiliares começam a fazer uma corrente nesse sentido,
principalmente seus ministros e secretários, é o começo de uma campanha
eleitoral antecipada, não resta dúvidas, essa luta política é legítima, desde
que feita dentro da ética e da ótica da legalidade.
Na oposição o PSDB, maior
partido no contraponto da situação também faz sua parte, depois de uma década
longe dos holofotes do palácio do planalto, lança seu pré-candidato, senador
mineiro Aécio Neves, candidato jovem, porém amparado num discurso de uma
linguagem antiga, pautado nos feitos e realizações do governo Fernando Henrique
Cardoso, 1995/2002, lembrando os benefícios econômicos para o país, com as
privatizações, liberando o governo para investimentos em outros setores também
de prioridades. Esse discurso está com um atraso de 10 anos, as últimas três
eleições para presidente faltou a esse partido assumir essa plataforma
administrativa tão bem executada pelo partido e copiada pelo atual governo com
outra terminologia, mas de fundamentos iguais.
Os péssimos resultados
atuais, na área econômica, não muda o quadro político que vem se desenrolando
principalmente pela atuação gestora da presidente Dilma que vem lutando com o
apoio da grande massa, os índices atuais ratifica essa afirmativa, sendo a
presidente mais bem avaliada depois do regime de exceção, com grandes chances
de se reeleger caso não aconteça um caso novo ou fatores geradores que
modifiquem a opinião pública a seu respeito.
A grande novidade política
para a próxima eleição poderá vir de Pernambuco, com o desempenho positivo do
seu governador, Eduardo Henrique Accioly Campos (PSB-PE), jovem político 47
anos, um currículo invejável e resultados brilhantes como gestor na administração
pública, se constitui hoje no maior objeto de desejo tanto da oposição como a
situação, criando, inclusive, constrangimentos dentro do PMDB, maior partido da
base aliada do governo, com cenas de ciúmes de notória comicidade.
*Escritor e Poeta
dantasgenival@hotmail.com
Um Final de Ano Preocupante
Reviewed by Clemildo Brunet
on
12/18/2012 06:03:00 AM
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