Não tenho tempo
Onaldo Queiroga |
Onaldo Queiroga*
Se
há uma frase que corriqueiramente ouvimos no nosso dia a dia de forma mais
intensas, sem dúvida, é: “Não tenho tempo”. Se os ponteiros dos relógios
resolveram andar mais rápido, não sei, o fato é que a sensação de que o dia
encurtou, é algo presente no mundo atual.
É óbvio que tem àqueles malandros, os
escorões da vida, que não gostam de trabalhar, de servir e serem úteis, e com
isso, se utilizam dessa expressão como álibi para justificar a inércia e a preguiça Com isso, se a tarefa pode ser concluída em um curto espaço de tempo,
logo se transforma num fardo pesado, onde a demora provoca descrédito e
até
mesmo em algumas situações aflora a própria injustiça.
Mas, o certo é que a velocidade como as
coisas acontecem hoje, aliada ao crescente número de demandas a serem
resolvidas diariamente, além da cobrança na excelência de nossos atos,
realmente nos impõem o pensar de que tais aspectos exigem cada vez mais de nós
mortais. Por isso, olhamos para o relógio, e como escravos dos ponteiros nos
angustiamos diante da impressão de que muto fizemos durante o dia, mas mesmo
assim, resta a sensação de que ficou ainda muita coisa para ser feita. Dia a
dia esse sentimento se propaga, se expande em nosso âmago, e nas entrelinhas da
responsabilidade que nos guia, terminamos por mergulhar em contratempos que
abalam nossa saúde.
O fato é que não podemos nos entregar a
esse frenético ritmo imposto por esse mundo que aí se encontra. Há tempo para
tudo. É preciso na verdade equacionalizar as atividades, adequando-as aos
horários da nossa existência. Muitos me perguntam como consigo, diante de tanta
atividade laboral perante o Judiciário, encontrar ainda tempo para escrever,
gravar programas de rádios, de tv, cumprir a pauta familiar e tantas outras
coisas. Não é fácil, pelo contrário é muito difícil compatibilizar todas essas
coisas, mas aprendi na vida que tudo que se faz com amor, sempre encontramos um
tempinho para realizá-las.
Por isso, nunca diga: Não tenho tempo. O
tempo não admite ser atropelado, mas sempre nos estende à mão para
concretizarmos nossos sonhos.
*Escritor pombalense e Juiz de Direito da 5ª Vara Cível de João Pessoa PB.
Não tenho tempo
Reviewed by Clemildo Brunet
on
7/29/2013 11:42:00 AM
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