Guerra da nova Geração
João Costa |
João Costa*
Para sua consideração – Ao expor as feridas abertas da crise brasileira na ONU, a presidenta
Dilma Vanna promoveu um vexame e uma vergonha nacional de grandeza abismal.
Isolada no Planalto, e refém do PMDB, talvez tenha tentado – e conseguido – o
tal abraço de afogados, ao mandar, de lá, um duro recado tanto ao Judiciário,
quanto aos golpistas de plantão, internacionalizando uma crise que ela mesma
não soube debelar, e continua não sabendo lidar, levando-se em conta o estado
agonizante do seu partido, o PT, estigmatizado e criminalizado pela mídia
nativa, sem esboçar uma única e escassa reação eficaz.
Esta crise e
seu aprofundamento data de junho de 2013, com o vigor daquelas manifestações
populares pouco compreendidas e
de assimilação difusa – os manifestantes
queiram andar de graça no transporte urbano. Acertadamente tratou-se de um
princípio da chamada “Guerra da Nova Geração” ou “revolução colorida” que na
África (Líbia e Egito), Oriente Médio (Síria) e Eurásia (Ucrânia) recebeu o
simpático nome de “Primavera Árabe”, rótulo aplicado pela mídia-empresa dos
Estados Unidos, e que a mídia nativa apostou numa “primavera brasileira”, que
não vingou, massificando mentiras como “não vai ter Copa”, “As obras para Copa
e Olimpíadas e aeroportos não vão ficar prontas”; E mais o quê?
A direita
brasileira (2013/14) recorreu àquela máxima e fórmula de Carlos Lacerda
utilizada contra Vargas nos anos 50. “Dilma não é candidata, se for não vence,
se ganhar não toma posse, se assumir não governa”. Apenas o “não governa” se
concretizou. Agora, em 2015, a presidenta tenta sair labirinto do Centauro –
aquele de onde a besta poderá surgir a qualquer momento. Ponto parágrafo.
Me ocorre
que comecei a prestar atenção no cenário nacional, e ele pode ser descrito sob
a ótica do general Valery Vasilevich Gerasimov, atual chefe do estado maior das
forças armadas da Federação Russa, e ideólogo atual da doutrina militar russa
que preconiza o seguinte: “que diante da falência governamental no atendimento
às demandas da população (saúde, educação, segurança, emprego) é fácil abalar a
soberania de um estado, sua capacidade de auto governança, ainda que o governo
seja democrático, que se ateste avanços sociais, melhorias na vida da Nação,
pleno funcionamento do estado de direito e das instituições. Que um estado
normalmente próspero pode, em questão de meses e até dias, transformar-se numa arena
de ferozes conflitos”.
A mídia
nativa na sua quadra recorrente esticou
a corda, estimulou o caos, potencializou uma crise econômica como se ela fosse
a primeira e a última de proporções apocalípticas, e que derrubar o governo
Dilma seria uma questão de dias. O PSDB e o PMDB apostaram nisso; parte do
Judiciário trabalhou e segue conspirando, a ponto de procuradores federais engajados
politicamente e o aparelho federal de polícia ameaçarem e propagarem que vão
desobedecer às decisões do Supremo Tribunal Federal, que contrariem a lógica do
golpe que emana de Curitiba – o STF terá de se submeter ao entendimento
jurídico e decisões do juiz Moro, um juiz de primeira entrância, mas alçado à
condição de “salvador da pátria”.
Esta “guerra
da nova geração” no início não pressupõe armas, mas a maturação via redes
sociais, mídias tradicionais, reverberando um pensamento pretensamente único.
Mas alguém aí pode refrescar minha memória perguntando e a corrupção? Respondo:
corrupção é crime, crimes são praticados por pessoas, a polícia investiga, o
Ministério Público denuncia e a Justiça julga. Se-le-ti-va-men-te.
*João Costa é radialista,
jornalista e diretor de teatro, além de estudioso de assuntos ligados à
Geopolítica. Atualmente, é repórter de Política do Paraíba.com.br
Guerra da nova Geração
Reviewed by Clemildo Brunet
on
9/30/2015 06:13:00 AM
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