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Arroz, feijão e lágrimas

Genival Torres Dantas
Genival Torres Dantas*

O Brasil tem muito pouco para comemorar no Natal que se aproxima, 2015 está terminando pior do que começou, um ano bizarro, cheio de anomalias nas suas políticas básicas, com catalisadores direcionados aos novos tempos de cerceamentos com implicações a vários setores que inovam e sustentam a economia ativa da Nação, verdadeira situação empírica até mesmo para os mais devotos e voltados a fé e
esperança na boa índole do ser humano.
De novo apenas a exuberância da prática criminosa dos afeitos da devassa e dos espoliadores do erário público, quando é crível apontar, hoje, o Brasil como um dos maiores índices de corrupção em todo planeta terra, tristemente vergonhoso para nós que estamos vivendo e até de certa forma fazendo a história nesse momento de verdadeira tragédia de uma geração que nos últimos 60 anos fez a evolução da tecnologia e seus meandros ser superior ao que a humanidade tinha atingido até os anos de 1960.
No plano econômico e político começamos o ano em crise, ambos se alimentando das suas fragilidades, carcomidos pelo ranço da desditosa ira dos incapazes de trabalharem por um objetivo coletivo sem se locupletarem do alheio, prática reinante em nosso país desde sua descoberta, apenas ampliada e adaptada aos novos tempos, com uso das novas tecnologias sendo utilizados no manejo dos recursos desviados e enviados a outros países na tentativa de dificultar o rastreamento dos valores usurpados, dos impostos pagos pelo contribuinte que é a verdadeira fonte de alimentação de um governo que tem a obrigação de administrar esse patrimônio com verdadeira lisura e honestidade suprema.
Com o passar dos meses a crise transformou país num caos econômico, com desemprego em alta, inflação chegando aos dois dígitos com tendência crescente, juros num patamar proibitivo para quem precisa de crédito de capital de giro como fomento aos negócios; a desconfiança no governo se agrava na proporção que o tempo passa, não abrindo qualquer possibilidade de investimentos por parte do setor produtivo para incremento da economia, ficando esse setor, principalmente o industrial, parado e mergulhado no silêncio das máquinas paradas por absoluta falta de compradores no mercado interno. O mercado externo esperando estímulos para ajudar nas nossas exportações, muito embora tivéssemos um saldo positivo, até aqui, nesse setor, mas, cuja participação chega a ser ridícula.
No plano político a crise piora com o impeachment da Presidente Dilma em Andamento e o pedido de afastamento do Presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB/RJ), em tramitação no STF (Supremo Tribunal Federal), os dois processos devem ser apreciados somente em fevereiro próximo, depois do recesso, ficando esses assuntos por conta dos fuxicos e boatarias que devem minar as cabeças poluídas dos futriqueiros de plantão. Para carregar as baterias da artilharia dos desocupados e sinecuras, finalmente, começa a tomar corpo a saída do Ministro Joaquim Levy, da Fazenda, cargo que ele devia ter deixado bem antes, quando percebera que era um simples objeto decorativo , pois, o comando da economia brasileira continuava às mãos de Presidente Dilma, ele, o ministro, ficou todo esse tempo engolindo sapo e sendo desrespeitado nas suas tarefas mais elementares, por pessoas de linhagem prosaica.
Como já é sabido, nesse Natal teremos uma similaridade com os demais natais passados, mas, a grande maioria do povo brasileiro vai se contentar com as lembranças dos assados e das bebidas fartas e frutas da época, vão ter que se contentar com o nosso precioso feijão com arroz, nada contra os dois, sou fervoroso apreciador da dupla, com o complemento das lágrimas de muitos, sentindo, certamente a ausência de uma mistura carregada na decoração do prato, tornando a noite natalina mais festa. Essa diferença tem responsáveis, esses vão ficar aboletados nos salões nobres da República, comemorando o dissabor dos incrédulos pagadores de impostos, recolhidos no mundo insignificante que povoam na nossa pobre República.
*Escritor e Poeta

Genival_dantas@hotmail.com
Arroz, feijão e lágrimas Arroz, feijão e lágrimas Reviewed by Clemildo Brunet on 12/19/2015 07:26:00 AM Rating: 5

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