Trabalhadores viraram suco – não uma limonada
João Costa |
João
Costa*
Que a situação está azeda, até o mundo
animal sabe e a onça Juma já pagou seu preço, por servir de mascote na passagem
de uma tocha acesa na floresta amazônica. “Que valor tem uma esquerda que não
conta com reconhecimento popular”? Perguntou recentemente Aleida Guevara, para
uma plateia composta por líderes dos chamados movimentos sociais brasileiros,
no Rio de Janeiro, estado que vai sediar as Olimpíadas, e que economicamente
faliu, ao tempo em que é mostrada ao mundo como enclave da miséria e
Enquanto a direita usa a corrupção como
cortina de fumaça para consolidar um golpe de estado, gestado pelas mesmas
forças antinacionais que infelicitaram a Nação no inicio dos anos 1960, lançando
mão, de novo, neste momento da História de excelente oportunidade política para consolidar
o Brasil como um país periférico e comandado por vira-latas. Políticos
corruptos de direita vão seguir impunes, assistindo ao enterro da verdade, a
primeira a morrer em tais circunstâncias.
O fascismo varre não só o Brasil, ele reacendeu
antes na Europa com a xenofobia e acaba de sair vitorioso no plebiscito em que
ingleses decidiram sair da União Europeia (UE). Por lá, como aqui, a supressão
das conquistas sociais e de direitos, não são apenas ameaças, está em curso de
concretização, de forma rápida e indolor pelos que ocuparam a República com o
títere Michael Temer.
Consulto minhas cartas do Tarô, e elas
me dizem que o infortúnio da Nação estava escrito desde o abandono do conceito
de luta de classe. Momento em que a chamada classe trabalhadora perde
identidade como geradora da riqueza, e
passa a se identificar com os ricos; alimenta ódio contra pobres, que embute
preconceitos e fundamentalismos religiosos. Estamos percebendo agora o erro
histórico em romantizar os trabalhadores, que agora assumem ódio à política,
por enxergar nela vantagens e roubalheiras da qual não se beneficiam, à exceção
das hordas sindicais organizadas.
Resta agora, assumir a tal economia
moral defensiva – que se traduz na luta para não perder direitos, e não para a
conquista de mais direitos.
Aliás, temos assistido ao longo de
décadas, o tratamento romantizado que a esquerda, neste momento apeada do
poder, deu às questões como negritude, homofobia, sem-tetos, e ao enorme
exército que hoje forma o lumpemproletariado; com carro financiado, que obteve vagas em
universidades, antes reservadas aos ricos e filhos de classe média, apartamento
pelo programa Minha Casa Minha Vida. Não podia dar certo, por a esquerda
negligenciar a formação e o treinamento para os embates que se apresentam no
momento.
Vi, durante estes festejos joaninos, no
Terreio do Forró, em Patos, a alegria da população que mais parecia participar
do “último baile da Ilha Fiscal”, isso em meio a seis anos de estiagem e alheia
ao futuro de incertezas e sombrio à espreita na porta do salão, pois agosto
ainda não chegou.
PS: corrupção é crime, não apenas a
praticada pelo inimigo, como a justiça faz crer e o Divino abençoa.
*João Costa é
radialista, jornalista e diretor de teatro, além de estudioso de assuntos
ligados à Geopolítica. Atualmente, é repórter de Política do Paraíba.com.br
Trabalhadores viraram suco – não uma limonada
Reviewed by Clemildo Brunet
on
6/25/2016 05:21:00 AM
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