O golpe e a farsa com eleição da mesmice!
João Costa |
João
Costa*
Para sua consideração – "Se esse não é um golpe de Estado, é no mínimo uma
farsa. E as verdadeiras vítimas dessa tragicomédia política infelizmente são os
brasileiros,” diz O jornal francês Le Monde em editorial, analisando
nossa crise política que expõe as vísceras das instituições ditas de estado de
direito e tem contornos do realismo fantástico da literatura, ou do surrealismo
em particular.
A derrubada do governo do PT se
configura, em primeiro lugar, no plano da narrativa, exatamente pela sua
condução. Se tem algo que irrita senadores, deputados, juízes, promotores ou
profissionais liberais apoiadores do Golpe, é referir-se a tudo que ocorre como
Golpe. A definição impeachment cai bem melhor por aparentar legalidade na
condução da derrubada do governo legitimamente eleito, atribuição sega à legitimidade
absoluta do Congresso.
É golpe, e
Se o Judiciário, a mídia nativa, e os segmentos sociais que deram sustentação ao golpe têm seus corruptos de estimação, por conseguinte inimputáveis, eu tenho direito a ter os meus. A cortina ainda não se fechou. Sai de cena o juiz do Paraná, treinado pelo Departamento de Estado dos EUA, Temer assume o papel principal, deixando a condição de coadjuvante onde exerceu papeis de Quinta Coluna como informante do Comando das Forças Armadas Americanas sediado na Flórida, segundo revelações não desmentidas do Wikileaks.
Aqui começa a parte surrealista da
narrativa. As eleições municipais seguem com todos os partidos como se nada
tivesse acontecido, como se a Constituição permanecesse imaculada e a
normalidade seja o Animus da Nação, empurrada de volta ao obscurantismo e
recolocando o país no seu devido lugar: República de bananas – e o espírito de
vira-latas nos traduz ou define.
É nesse contexto que o país pretende
realizar eleições em outubro. A luta eleitoral pelo butim das prefeituras passa
a ser o essencial da vida de todos, em maior ou menor grau. E todo esse
arrodeio para escrever sobre a disputa eleitoral em curso no estado. A
narrativa não muda porque os atores se revezam no palco. Nos pequenos
municípios, as oligarquias familiares se lançam no confronto pelo controle do
butim formado pelo FPM e repasses federais. As prefeituras são mecanismos de
controle social e econômico.
Em João Pessoa, depois de assistir a
dois debates na TV e observar o Guia Eleitoral dos candidatos, constata-se um
pleito onde os candidatos têm o mesmo DNA, e eleito será mais da mesma
coisa. A química aplicada é a mesma: os
marqueteiros conduzem a narrativa de discursos fabricados, argumentos
repetitivos para problemas velhos, porque João Pessoa aparentemente não tem
problemas novos, salvo o agravamento dos antigos como estrangulamento do
trânsito, precariedade na saúde, educação de qualidade ruim atestada até por
institutos governamentais – e de segurança, que virou mote central por afetar
os moradores do Bairro do Bessa, logradouro nobre da Capital.
Onde foram parar as multidões que
exigiam Tarifa Zero em junho de 2013? Por que a legião de desempregados exibe
apenas o rosto do fatalismo vendendo produtos oriundos da contravenção ou como
mão de obra barata de comerciantes do Mercado Central? Nesta legião não estão
inclusos milhares de empregados comissionados na prefeitura ou no estado, que
formam o exército de reserva e de eleitores de voto quase certo. E a corrupção,
perguntam meus botões. Respondo que a corrupção é como o cachorro tentando
morder o rabo.
Assim Caninha a Humanidade!
*João Costa é
radialista, jornalista e diretor de teatro, além de estudioso de assuntos
ligados à Geopolítica. Atualmente, é repórter de Política do Paraíba.com.br
O golpe e a farsa com eleição da mesmice!
Reviewed by Clemildo Brunet
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8/28/2016 12:14:00 PM
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