As tesselas engrandecem a parvoíce nacional – Amém!
Para sua consideração - Três sentimentos
formam essa convicção messiânica que embala o Brasil: O ódio represado, o
fundamentalismo religioso que domina o país, e a parvoíce geral. As elites
nativas sabem que a Nação é capaz de aceitar qualquer insulto – a História
prova isso.
Ainda que o espetáculo da apresentação
da denúncia contra o ex-presidente Lula pelo agora famoso procurador Dallagnol
tenha se revestido de pregação raivosa com chavões do tipo “comandante
supremo”, a certeza que emerge é a visão de um grande mosaico onde as tesselas
se encaixam num plano, não como arte decorativa milenar, mas de assustadora
inquisição. Base do xadrez do tipo: as provas não contam, mas a convicção. Nada
que um PowerPoint não resolva – já que transparência não serve. As tesselas se
encaixam e
animam a parvoíce nacional.
animam a parvoíce nacional.
O recurso PowerPoint parece ser o
recurso predileto usado não só por advogados e docentes “modernos”, mas por
militares, geralmente como recurso ilusionista. O procurador com o seu
PowerPoint me fez lembrar o general Job Lorena – que serviu em João Pessoa
– e que apresentou o seu para provar que
o atentado do Riocentro não fora uma um plano dos militares envolvidos com a
repressão. Na sua exposição “convincente” a bomba que explodiu no momento de
sua armação matando um dos militares, fora “plantada” por comunistas no colo
dos militares naquela noite show de MPB.
Outro general, esse americano, chamado
Colin Powell, foi até a ONU para apresentar seu PowerPoint para provar que
Saddam Hussein tinha armas químicas, justificando assim a guerra no Iraque,
guerra esta que ainda não acabou, mas o país deixou de existir. Saddam Hussein
não fabricava armas químicas em 2003, assim ficou provado, mas outro Hussein e
negro viria a ser presidente dos EUA doze anos depois. Nos dois casos, os
generais tinham convicção.
Repetindo. Três sentimentos formam essa
convicção messiânica que embala o Brasil: O ódio represado, o fundamentalismo
religioso que domina o país, e a parvoíce geral. As elites nativas sabem que a
Nação é capaz de aceitar qualquer insulto – a História prova isso.
O golpe político e institucional ainda
não terminou, uma vez que o Minotauro segue circulando no labirinto em busca de
uma saída; ora no Senado e na Câmara, ora no Supremo Tribunal Federal, cujo
presidente já presidiu a deposição da
presidente Dilma Vana. E o Animus do país é o da normalidade, alterada apenas
por um afogamento no Velho Chico.
Nas empresas, faculdades e escolas ou na
praça da alimentação, onde o ódio não se manifesta visível é o ressentimento;
onde o fundamentalismo religioso é voz corrente; tolerância, e a demência geral
dá lucro e faz prosperar a canalhice patriótica. Imaginem que nesta nossa
democracia, provado está e não é convicção que o voto do cidadão nada vale.
Ainda assim, teremos eleições municipais tranquilas para escolha dos grupos que
lançarão mão do butim da aldeia. Esta crise institucional precisa de cadáveres!
Assim Caminha a Humanidade!
*João Costa é
radialista, jornalista e diretor de teatro, além de estudioso de assuntos
ligados à Geopolítica. Atualmente, é repórter de Política do Paraíba.com.br
As tesselas engrandecem a parvoíce nacional – Amém!
Reviewed by Clemildo Brunet
on
9/20/2016 08:33:00 AM
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