Os meninos do quintal
Onaldo Queiroga |
Onaldo
Queiroga*
Quem teve ou tem a oportunidade de viver
em uma casa com quintal, sabe bem a importância desse pedaço de chão.
Hoje resido em um apartamento, mas são
grandes as lembranças dos quintais da minha existência. Ainda criança residi
com meus pais na cidade de Catolé do Rocha, ocasião em que morávamos numa casa
que possuía um enorme quintal, repleto de árvores. Apesar da pouca idade,
contudo, lembro-me bem do quintal. Recordo-me que por ali corria, brincava de
pega, andava solto com o velocípede, sobia nas árvores e,
Outro quintal que marcou não só minha
existência juvenil, mas a juventude de muitos outros meninos, foi o quintal de
dona Raimunda, minha avó materna. Lá na rua João Pessoa, n. 123, Pombal-PB, sob
uma frondosa mangueira que abrigava a meninada, o quintal era um lugar que
parecia possuir magnetismo, além de ter uma magia que conduzia todos ao mundo
felicidade.
Tinha dia que juntava uns vinte meninos
nesse quintal. Sob a terra quente, armava-se a trave e a bola corria solta. A
poeira subia, menino chutava bola e pedra, sentiam-se verdadeiros jogadores de
futebol. Nem pensavam que poeira e sol quente poderia deixá-los doentes. Tudo
era alegria, era brincadeira, ninguém tinha horário, a não ser com a farra que
unia todos naquele quintal.
O incrível era minha avó administrar
tudo isso. A cozinha era invadida pela meninada, que comia todo o lanche e
tomava toda água existente na geladeira. O tempo andou. E como passou rápido.
Quando encontro alguns desses meninos do quintal, logo relembram o bom tempo
que foi passar pelo quintal da vó Raimunda.
Na vida tudo passa, mas existem coisas
que ficam conosco guardadas para a eternidade. Diante da cobrança, vamos
reviver o quintal, marcar um jogo da saudade, levantar a poeira e comemorar a
vida.
*Escritor
pombalense e Juiz de Direito
onaldorqueiroga@gmail.com
Os meninos do quintal
Reviewed by Clemildo Brunet
on
9/17/2016 06:16:00 AM
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