Cunha, cacimba exaurida à margem de um rio esgotado
Genival Torres Dantas |
Genival
Torres Dantas*
A prisão de Eduardo Cunha (PMDB/RJ)
ocorrida dia 19 último, na Capital do País, pôs o fim de uma certeza nunca
realizada e a consumação de um fato já previsto nos meios políticos e
financeiros do Brasil. Claro, não resolveu os grandes problemas e entraves que
já nos cerca por uma longa data. Era, de fato, uma situação já constante no
inconsciente nacional, o povo não suportava mais a recorrência do assunto, em
qualquer reunião social, de boteco, nos meios de comunicação, na imprensa de
uma forma geral, todo e qualquer assunto sempre desembocava no fim da liberdade
de ir e vir, imposta pelo judiciário, em decorrência das ações nada
Republicanas daquele que foi um político de grande prestígio e
Depois do primeiro impacto, e para
tristeza dos petistas que preconizam a ideia que o sistema Jurídico brasileiro
só trabalha em função da sua derrocada e extinção, pode constatar que sua
teoria foi suplantada pelas ocorrências pulverizadas entre vários partidos,
agora impondo um golpe no atual governo quando leva ao cárcere um dos mais
ilustres políticos do partido do atual Presidente Michel Temer (PMDB/SP),
provando que a justiça continua cega nas suas ações, aplicando a Lei em
qualquer cidadão, independentemente do seu Dr, ou mesmo, sua posição social ou
poder econômico. Com essa nova atitude da Policia Federal, as consequências
serão graves, quanto à extensão e sequelas, de fato, só ocorrerá com o tempo e
com a profundidade das investigações impostas na sequência.
O que pudemos sentir nesse final de
semana foi o alvoroço, ocorrido na sexta-feira, por conta da prisão de
policiais legislativos, acusados de proteção aos senadores citados na Lava
Jato, fato que não surpreendeu a nação. Há uma operação promovida por um grupo
de servidores que mandam e desmandam naquela casa, opinião que corre nos
corredores daquela casa. O que mais nos surpreende é a gastança que continua,
com o Senado gastando R$120 mil com a publicação de dois livros luxuosos, sobre
o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, sendo 2500 exemplares a
relatarem uma história repetida e constante no site da Casa, e esses livros,
pasmem, foram distribuídos a autoridades, Senadores, Jornalistas e bibliotecas,
portanto, um custo que devia ser evitado nesse momento de ajustes e controles
de custos. Mesmo com essa estapafúrdia história, nada recomendável, o assunto
não foge do caso Eduardo Cunha.
Nessa linha o destaque fica por conta
dos efeitos imediatos. Cunha já é considerado uma cacimba exaurida, sem poder
de fogo contra seus adversários e antigos apoiadores. Como ele está à margem de
um Rio morto, não tendo, portanto, prosseguimento, fica a certeza que ele só
fará sombra aos que com ele estiveram envolvidos na Operação Lava Jato, isso se
ele se dispor a fazer uma delação premiada, numa tentativa de salvaguardar sua
filha e esposa da ação da Justiça que certamente fará uma investigação profunda
nos parentes do Deputado envolvido até o pescoço com os malfeitos do
legislativo, principalmente durante sua gestão como Presidente da Câmara.
Enquanto Eduardo Cunha vai amargando sua primeira semana como detento, os
números continuam nefastos contra nossa economia, todas as informações que nos
chegam sempre levam em consideração que as assertivas que vieram da MP/241
serão aproveitadas no leito carroçável para outras medidas que virão
certamente, pois, essa única medida não será suficiente para tornar o Brasil
sustentável economicamente.
É de se imaginar o tamanho das
dificuldades que teremos para acertarmos o ritmo da economia com tantas ações
de cunho capcioso feito no governo anterior, isso com o espírito de coonestar
que envolvia a áurea dos que se sentiam os defensores do povo, para tanto, hoje
são oposição, sem, entretanto, avaliar a importância para o país daquilo que
estão sendo oposição, querem ser oposição apenas por ser oposição, isso é
traduzido como um enorme prejuízo para a nação. As consequências desse
comportamento irresponsável e pouco Republicano é o retrato de um partido que
não soube se portar como situação, dessa forma, esperamos que ele volte a se
situar comodamente na oposição, e fique, por muito tempo, nesse compasso de
espera, esperando que o Brasil esqueça do seu desgoverno e tente em um outro
momento retornar ao comando do país, mas que seja, se ocorrer, daqui a muitas
décadas.
*Escritor e
Poeta
genival_dantas@hotmail.com
Cunha, cacimba exaurida à margem de um rio esgotado
Reviewed by Clemildo Brunet
on
10/24/2016 06:34:00 AM
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