Construindo pontes
Onaldo Queiroga |
Onaldo
Queiroga*
Não sou afeito a construção de muros.
Gosto na verdade de erguer pontes.
Os muros deixam uma falsa ideia de
segurança. Na verdade levam o homem para o isolamento, enclausuramento e a
solidão. Entre muros o homem vive sob a égide do medo. É aquela história, com
uma visão equivocada, o homem constrói muros e se isola, tornando-se cada vez
mais solitário, violente, tétrico e
O muro, quando é de pedra e cal,
torna-se visível e mais fácil de ser derrubado. Agora, quando é construído
psiquicamente, torna-se difícil de ser levado ao chão, pois não é fácil lutar
contra algo invisível. Numa civilização cada vez mais competitiva, sórdida,
solitária, incrédula e repleta de desconfiança, os muros estão cada vez mais
crescentes, primordialmente, os invisíveis.
O incrível é que existem uma infinidade
de seres humanos que passam por esse planete Terra apenas com a visão de
construção de muros, numa total perda de tempo, enquanto poucos se dedicam a
construir pontes. Os que levam o tempo a levantar muros são seres que carregam
o medo no seu próprio existir. A humanidade precisa, urgentemente, derrubar os
muros que circundam sua existência. Tais muros são filhos a ganância, da
luxuria, da inveja e da desconfiança reinante nos dias atuais. Quantas vezes
precisamos transpor, no dia-a-dia, olhares infiéis, sorrisos aleivosos e falas
travestidas, seja no âmbito familiar, profissional, ou mesmo no social.
Se os muros nos afastam, as pontes nos
interligam, permitindo que, independentemente, de sua religião, de seu país e
de sua cor, possam os homens caminhar em harmonia pelos jardins da paz, abraçando
a fraternidade e repousando o espírito nas plumas do amor.
Que Deus não nos abandone, esteja sempre
conosco!
*Escritor
pombalense e Juiz de Direito
onaldorqueiroga@gmail.com
Construindo pontes
Reviewed by Clemildo Brunet
on
11/10/2016 07:58:00 AM
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