ENTRE TRUMPS E BARRANCOS...
Nonato Nunes |
Por
Nonato Nunes*
A vitória de
Donald Trump não poderia ser mais representativa do que seja um americano
ferido no seu orgulho. Ora, desde a crise de 2008, considerada a pior desde o
crash da Bolsa de Nova Iorque (1929), que o cidadão americano médio passara a
perambular sem emprego, sem moradia e sem esperanças. Barack Obama, apesar de
toda a sua popularidade, não conseguira devolver o chamado “orgulho americano”.
Trump, por sua vez, encarou o seu papel de americano típico: desafiou o seu
partido – o Republicano -, foi abandonado por correligionários, enfrentou uma
candidata que contava com o apoio do próprio presidente e colocou em xeque até
mesmo a lisura do sistema eleitoral do país. Mas não se deve esquecer que a
população americana é composta por 72,4% de brancos descendentes de europeus. E
No campo
econômico Trump já sinalizou que pretende desestimular as relações comerciais
com os chineses e, dentro desse projeto, fortalecer a economia americana. Ele
pretende pôr em prática uma espécie de novo New Deal (Novo Acordo), programa de
reformas econômicas e sociais executado nos anos 30 por Franklin D. Roosevelt
(1882 – 1945) seguindo a receita do economista britânico John Maynard Keynes
(1883 – 1946). E funcionou bem – ao menos naquela época. É provável que os
maiores beneficiados com a administração Trump sejam os russos, pois os
chineses se tornaram uma ameaça real e imediata aos projetos americanos.
Ademais, Rússia e China mantêm problemas fronteiriços, e é justamente isso que
os americanos pretendem explorar - ao menos em termos econômicos.
A Esquerda
latino-americana, que apostava numa vitória de Hillary Clinton, uma espécie de
Dilma Rousseff anglo-saxã, agora põe as “barbas de molho”. O voto em Trump pode
ser interpretado como uma completa rejeição à possibilidade de um “Tio San
bolivariano”. E a vitória do magnata no Estado da Flórida disse justamente
isso. Ora, na Flórida vivem muitos cubanos que fugiram das garras de Fidel
Castro depois de “el Triunfo” (1959), e eles protestaram quando Obama resolveu
que já era hora de acabar com as diferenças ideológicas com os Castros. E o
troco dos “cubanos de Miami” viria em forma de voto.
No mais, se deve
ter a consciência de que, no fundo, TODO AMERICANO É UM TRUMP.
Um abraço.
*Nonato
Nunes - Jornalista, radialista, documentarista, escritor e blogueiro
ENTRE TRUMPS E BARRANCOS...
Reviewed by Clemildo Brunet
on
11/09/2016 10:19:00 AM
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