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Indústria, porta de poucas esperanças

Genival Torres Dantas
Genival Torres Dantas*

Antes éramos um país do futuro, hoje somos o país do passado, como quem diletantismo vivemos à brisa dos ventos uivantes, como que viciado em estatolatria, e o Estado custeando os custos de sobrevivência dos seus internos mergulhados na ociosidade dos vícios medrados da preguiça e jactância como se direito fosse viver do repouso do corpo inerte sobre a terra açoitada. Muitos vivem seminalmente como se vivia em séculos passados sem uma cobrança mais dura e mais ativa da sociedade política e os direitos da família que precisava de mais esforço objetivando uma melhor opção aos que estavam por vir e iriam povoar a pátria num futuro próximo. Apenas para ilustrar a nossa tese, é de bom arbítrio informar das nossas severas dificuldades. Em 2014 tivemos uma queda na produção na ordem de 3%, chegamos em 2015 num encolhimento industrial de 8,3%, havendo uma previsão de mercado de mais uma queda para esse ano de 6%. Portanto, para que nos aproximemos da produção de 2013 há a necessidade de crescermos 19,6% no próximo ano, um crescimento absolutamente impossível se considerou os números que temos avaliados e
descritos por quem de direito.
Para piorar a nossa avaliação, o setor, ou segmento, de bens de capital, maquina e equipamentos mantêm 19,8% de retração nos últimos 12 meses, e mantendo 1/3 de sua capacidade produtiva ociosa. Isso nos leva a crer que caso ocorra uma recuperação no mercado de consumo, teremos um longo espaço a ser percorrido sem a necessidade de buscarmos mão de obra no mercado já ocupado por mais de 12 milhões de desempregados em todo território nacional, ainda sequelas do governo anterior que nos deixou um legado, muito mais parecido com dejeto de uma sociedade duramente castigada pela irresponsabilidade dos que deviam ter servido a nação com disciplina e honestidade, entretanto, o que tivemos foi um verdadeiro crime e desvio de comportamento por quem ocupou cargos no governo anterior, papel carbono do sistema petista de governar.
Ainda sofrendo com o descaso dos setores beneficiados com a renuncia fiscal, caso específico das montadores de veículos, que nada deu em troca dos favorecimentos obtidos do governo irresponsável da ex-presidente Dilma Rousseff, tivemos uma produção de 177,33 mil veículos em agosto, contra 170,81 mil em setembro, piorando os dados do setor, no mesmo período, tivemos exportação de 40,19 mil, contra 38,78 mil, ficando o setor de máquinas agrícolas e rodoviárias com um recuo também considerável.
Esses números não encerram a nossa tragédia industrial, a grande maioria dos setores foi sacrificada, com forte retração e prejuízos enormes para a nossa economia como um todo. O setor da construção civil teve que suportar uma paralização maior que a grande média nacional, com forte desemprego no seu setor, cuja recuperação está vindo em dose homeopática, sem nenhuma esperança de algo promissor que possa dar alento à sofreguidão dos ansiosos e fraquejados funcionários que esperam voltar ao mercado para continuar sobrevivendo aos descasos dos que tiveram os destinos da nação em seu poder e trataram o ser humano como números irrelevantes e sem a mínima importância dentro do contexto econômico de um país sofregamente abatida pela crise que nos cerca e não sabemos quando teremos pelo menos um paliativo que possa nos acenar com a mínima possibilidade de esperança para os próximos dias, meses ou anos.
Esse é o país que temos, tombado em terra ardente do calor primaveril gritando por água no nordeste brasileiro, não só para matar a fome dos homens e mulheres dos sertões longamente castigados pela seca, que já dura anos, e com as águas que tormenta com seus ventos e quantidade pluviométrica além das necessidades e possibilidades de evacuação dos excedentes. Há uma grande necessidade que a natureza possa dosar minimamente nosso potencial de uso da sua gratidão pela nossa permanência em suas terras, muitas vezes esquecidas e mal olhadas, mesmo assim temos sido gratos pelo que nos sobra e somos doados, mesmo não sendo nossa real necessidade, mas, é o que temos na terra que amamos e queremos continuar amando, e que Deus seja louvado.
*Escritor e Poeta

genival_dantas@hotmail.com
Indústria, porta de poucas esperanças Indústria, porta de poucas esperanças Reviewed by Clemildo Brunet on 11/08/2016 11:19:00 AM Rating: 5

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