Nada de época de mudanças, nossa mudança é de época!
João Costa*
João Costa |
O Papa
Francisco, durante sua visita ao Rio de Janeiro, em julho de 2013, vaticinou
que vivemos não em uma época de mudanças, mas em uma mudança de época. Sentia e
prenunciava ali a nossa catástrofe, pois sempre haverá a gota que fará o copo
transbordar. Não por menos, o tema da redação do Enem tratou da intolerância
religiosa. Para nós, esta segunda década do século 21, é espelho a refletir
sobre o passado sombrio e o sombrio futuro que nos espera. Mais: paraiba.com.br
Esta é
uma semana emblemática, com esta bizarra eleição nos Estados Unidos. Nunca, a
doutrina do Destino Manifesto pautou tanto a disputa eleitoral por lá, onde se
escolhe entre o que é “ruim” e o que é
“pior” para eles mesmos e
Olhando
de longe a disputa americana, antecipadamente sabe-se que a senhora Clinton
será a vencedora, porque decidido assim foi pelo establishment
financeiro-militar de lá. O outro candidato parece apenas ter apoio do
establishment evangélico. Mas só o fato desse milionário, pelo seu perfil,
estar na disputa final, demonstra que por lá, os ventos sopram para o lado
sombrio. Segundo o WikiLeaks, a Fundação Clinton é mantido com grana dos
sauditas e do Qatar, quem também são financiadores da Al-Qaeda e do Daesh. A
novidade na disputa é que a polícia política de lá, o FBI, está em confronto com
a senhora Clinton
E o que
danado o Brasil tem a ver com isso? De certa forma o Brasil e suas elites
dominantes se anteciparam para a acomodação futura. O país perdeu o
protagonismo que ensaiou construir por uma década; está a destroçar a sua
soberania enquanto estado, sucateando e fechando empresas de Defesa e de
infraestrutura, ao tempo em que aniquila conquistas ditas sociais e
trabalhistas. Esta PEC 241 é apenas o início, de difícil compreensão por parte
da população, que de fato, deixa transparecer seu estado assombroso de
parvoíce.
A
intolerância religiosa no Brasil tem agora contornos político e social.
Vejamos: a cidade do Rio de Janeiro sempre esteve aberta e tolerante para a
diversidade sexual, religiosa (está deixando de ser) cultural e artística; cidade-mestre
no congraçamento da miséria da maioria da sua população com cidadania da
democracia que é só eleitoral. Será governada por um bispo da Igreja Universal.
Pergunta-se: terá a Universal tolerância para com a diversidade da população
carioca?
O
fundamentalismo religioso cresce e se consolida nas câmaras municipais e
assembleias. No Congresso, àqueles que se dizem eleitos pelo deus dos judeus
exerceram e exercem com força o que eles chamam de poderes da mão divina e da
família no golpe institucional que derrubou a Dilma Vana.
O próprio
Congresso é exemplo do naufrágio do estado nacional, de governos e políticos
que não se sustentam com uma capa de revista, nem mesmo diante das corporações
judiciárias e midiáticas que estão a governar de fato o país.
Em 2013 multidões de milhões pediram mais educação e saúde. Já a partir deste ano vão receber bem menos, muito menos. E foi exatamente em 2013, em meio àquela visita aos cariocas, que o papa Francisco preconizava que o Brasil não vivia uma época de mudanças, mas uma mudança de época. O convívio é moderno, cada qual com seu celular ou smartphones, mas o espírito é medieval – o esquartejamento não é só virtual.
Em 2013 multidões de milhões pediram mais educação e saúde. Já a partir deste ano vão receber bem menos, muito menos. E foi exatamente em 2013, em meio àquela visita aos cariocas, que o papa Francisco preconizava que o Brasil não vivia uma época de mudanças, mas uma mudança de época. O convívio é moderno, cada qual com seu celular ou smartphones, mas o espírito é medieval – o esquartejamento não é só virtual.
*João Costa é radialista, jornalista e diretor de teatro, além de
estudioso de assuntos ligados à Geopolítica. Atualmente, é repórter de Política
do Paraíba.com.br
Nada de época de mudanças, nossa mudança é de época!
Reviewed by Clemildo Brunet
on
11/07/2016 11:24:00 AM
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