Figuras de linguagem em tempos de delação
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Almiro Sá Ferreira |
Por
Almiro Sá Ferreira*
Para começo de conversa a operação
"Lava-Jato" vem nos premiando, não apenas com a verdade que aflora
dos "icebergs", mas também com suas aulas magistrais e bem
contextualizadas.
Assistindo os mais novos seriados globais,
onde são expostas as "faturas" da política brasileira, ficamos a
lembrar das lições dos grandes e velhos mestres da língua pátria, quando nos
ensinavam as figuras de estilo, muitas vezes até gerando motivo de ironia e
brincadeiras entre os colegas de classe, sob a inspiração de um velho amigo, o
Dr. Bullying, que na minha época de Ginásio era bem mais condescendente do que
nos tempos contemporâneos do "politicamente correto".
Em suas delações e defesas esfarrapadas,
mocinhos e
vilões midiáticos recorrem a figuras de linguagem que são utilizadas de forma abundante, tanto por "dedos duros", quanto por "inocentes" "caluniados"... "vítimas de conspirações"... "perseguidos pela justiça", etc.
vilões midiáticos recorrem a figuras de linguagem que são utilizadas de forma abundante, tanto por "dedos duros", quanto por "inocentes" "caluniados"... "vítimas de conspirações"... "perseguidos pela justiça", etc.
De modo que o Eufemismo está solto,
notadamente quando se referem ao "Caixa 2", procurando espertamente
suavizar o que se conhecia como roubo (da boa fé do eleitor desavisado, dos
recursos públicos, da crença inocente dos tribunais eleitorais nas prestações
de contas, etc).
Já a Metáfora, com sua valiosa
contribuição aos meliantes, parece ser a mais utilizada, a partir do
"afável jacaré" do papo amarelo que a seguir se transfigura em
crocodilo, ou pior, no agressivo "Alligator" americano (aquele
corcunda da bocarra) e por aí vai, à semelhança da Fênix, como que ressurgindo
das cinzas, ou melhor, do lamaçal em que se transformou a politica brasileira.
(sempre ressalvo: com raras exceções!).
De qualquer maneira, os investigados
demonstram pelo menos que foram alunos aplicados da escola dos sofistas gregos
e dos velhos e bons mestres da nossa riquíssima lingua portuguesa. Agora os
novos professores também saem ganhando, porque não faltam exemplos
contextualizados para os seus alunos despontarem nos exames do ENEM e
concursos, no Brasil afora.
Com a palavra os amigos que se dedicam
ao nosso vernáculo, para que possam encontrar um "mar" de outras
figuras, como catacreses, hipérboles, antíteses e paradoxos, enquanto eu vou
tirar um cochilo e sonhar acordado... Com um novo Brasil.
*Almiro Sá Ferreira. Professor Instituto Federal da Paraíba (IFPB)
*Almiro Sá Ferreira. Professor Instituto Federal da Paraíba (IFPB)
Figuras de linguagem em tempos de delação
Reviewed by Clemildo Brunet
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4/13/2017 06:06:00 PM
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