Fuzis podem cumprir função quando a corrupção falha
João Costa |
João Costa*
"Se se
espera agora, não vem. Se não se espera, mesmo assim virá. Se não vier já, ainda virá. Estar pronto é tudo."
Assim William Shakespeare narra a vida em Hamlet. Lendo as cartas do Tarô – que não mentem – o caos
virá, pois o sistema político implodiu, o Judiciário e a mídia subjugaram o Executivo e
o Congresso, em colapso diante do moralismo e das classes médias histéricas. O caos político leva à
intervenção do Exército.
Esse é o problema:
o Exército no controle do caos. Para lidar com a crise que se aprofunda, o
Exército tem três fórmulas para resolver as crises políticas: da maneira certa;
da forma errada, ou à maneira do próprio Exército.
Aprende-se
que a corrupção em si não é um problema político – pode ser um problema
policial, mas político não é. E
Na mensagem
de Natal de 2016 aos seus comandados o general Villas Boas reconhecendo que a
crise se aprofundaria este ano, atestou que o país vive uma crise econômica,
ética e política. Não apontou para direita ou para a esquerda, referiu-se ao
país.
Na sua
mensagem disse o general: “estamos participando, vivendo e sofrendo as
consequências dessa crise, que tem três componentes importantes: o
componente político, o componente
econômico e um componente ético-moral, os três estão interligados”. Isso foi dito em 2016 antevendo os
acontecimentos de 2017, que presentemente estamos assistindo.
Democrata
nenhum advoga a restauração de uma ditadura militar – saímos de uma há menos de
três décadas. Anima saber que as vivandeiras de quartel também estão nas
delações dos executivos da Odebrecht. Os arautos da moralidade que vomitavam os
nomes de Deus, da família e da pátria durante a deposição da presidenta Dilma,
são os mais corruptos.
Enquanto
afundamos, me divirto com o noticiário que navega entre a verdade, as
meias-verdades e a mentira. E alguém perguntou. Por que a mídia no Brasil do
século 21 não consegue relatar notícias e opiniões separadas? Me ocorreu
responder com uma fórmula já pronta desde Joseph Goebbels.
- Talvez as
notícias diretas que permitem aos leitores, telespectadores e ouvintes
discernir a verdade sejam insuficientes. Ou será que os poucos que possuem
todos os nossos canais de informação estejam tentando salvar as pessoas de pensar
demais?
*João Costa é radialista,
jornalista e diretor de teatro, além de estudioso de assuntos ligados à
Geopolítica. Atualmente, é repórter de Política do Paraíba.com.br
Fuzis podem cumprir função quando a corrupção falha
Reviewed by Clemildo Brunet
on
4/14/2017 05:39:00 AM
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