Acólitos do golpe; Maia no lugar de Temer
João Costa |
João Costa*
Politicamente, Michel Temer é um cadáver insepulto. Para quem
conspirou o tempo todo contra a Dilma Vana, assiste ser traído pelo PSDB e pelo
presidente da Câmara, Rodrigo Maia, acólito do golpe, que promete entregar ao
deus mercado, o que não conseguiu: as reformas - a essência do golpe. Deixará à
presidência, denunciado pelo MPF por corrupção e delatado por Cunha como “chefe
da quadrilha do PMDB”. A Nação assiste pusilanimente o colosso da crise –
dela ignorando, ainda que principal vítima.
O
noticiário de final de semana informa que o ex-deputado Eduardo Cunha confirmará
o que foi dito pelo corruptor-delator Joesley Batista, em sua deduragem: Michel
Temer é o verdadeiro chefe da quadrilha do PMDB; da cadeia Cunha, aquele mesmo
que dispôs de tempo estranhamente concedido pelo Judiciário e pelo MPF para
derrubar um governo legítimo, pretende narrar todas as falcatruas na Caixa
Econômica Federal, no FI-FGTS e na Petrobras, dizendo que os desvios eram
feitos não apenas para financiar campanhas, mas também para benefício pessoal
do próprio Temer e outros notáveis.
Cunha,
aquele mesmo que aparece no centro de todas as fotos com representantes da
sociedade civil e no comando de uma Câmara Federal comprovadamente corrupta,
deverá indicar que uma de suas contas no exterior já bloqueada não era usada
apenas por ele, mas pela cúpula do próprio PMDB.
No pacote,
os já conhecidos da lista do “departamento de propinas” da Odebrecht, além de
Temer, ele deve dedurar ainda os ministros Eliseu Padilha (o primo) e Moreira
Franco ( o gatinho angorá), assim como o deputado Rodrigo Maia, cotado para
substituir Temer, que também responde pela alcunha de Botafogo, na célebre
lista.
Temer, que chegou ao poder por força de um golpe parlamentar
e reduziu o país à categoria de República de bananas, e o seu partido, o PMDB, são mestres em
conspirações, esperteza e corrupção, fisiologismos e engodos, se mostraram
incompetentes para governar, ainda que “estancando a sangria”.
E Maia é a salvação momentânea para uma transição segura para
as elites até 2018 ou através da escolha indireta de um novo mandatário.
Decepcionante mesmo é o manifesto do ex-ministro da Defesa,
Aldo rebelo, que é comunista, nesta crise colossal, conclamando o País para uma
saída de conciliação. Faz sentido, para um segmento das esquerdas que
participou por doze anos dos governos do PT sem exercer nenhum poder, ainda que
no comando de uma pasta como a Defesa.
Aqui na Paraíba, a bancada federal segue seu eterno roteiro
no saque do botim das emendas ainda represadas. No mesmo tempo em que o senador
Raimundo Lira assume a liderança do PMDB no Senado, Cássio Cunha Lima pula do
barco na rapidez de uma selfie, feita em março, no canal de transposição das
águas do Velho Chico ao lado de Temer; o mutismo caviloso de José Maranhão. O
resto da bancada ficará com Temer até a última emenda ser liberada. É praxe.
*João Costa é radialista, jornalista e
diretor de teatro, além de estudioso de assuntos ligados à Geopolítica.
Atualmente, é repórter de Política do Paraíba.com.br
Acólitos do golpe; Maia no lugar de Temer
Reviewed by Clemildo Brunet
on
7/08/2017 07:00:00 PM
Rating:
Nenhum comentário
Postar um comentário