Não há soro antiofídico para todos
João Costa |
João Costa*
Sinais
indicam que Michel Temer vai ser deposto ostentando o título de único ocupante
da Presidência denunciado por corrupção no exercício do cargo, depois de ter
chegado ao poder por meio de um golpe parlamentar. A vida no
serpentário é assim: todos provam do mesmo veneno, e não há soro antiofídico
para todos.
Nesse todo, incluso partidos, entidades
e instituições da República, mancomunadas num golpe parlamentar que ainda não
terminou. Não terminou porque Temer, o conspirador agora traído por outros
acusados e investigados como corruptos, não entregou as tais reformas exigidas
pelo “deus” mercado, embora tenha destruído pilares da soberania nacional,
inclusive de defesa, com a aniquilação de empresas de alta tecnologia, e de
infraestrutura, uma parte do encomendado por forças externas.
Uma das facetas interessantes dessa
tragédia-bufa da Nação, é que empresários, grandes e pequenos, “descobriram”
que para prosperar nos negócios, o pagamento de propina a presidentes, governadores,
prefeitos e parlamentares, pode não valer o esforço.
“A burra não aguenta”, diz o ditado
popular.
Simplesmente, não aguentam, basta
colocar no mesmo saco, se possível, o tal de Joesley Batista e esse de Bayeux.
Deixaram o submundo dos negócios ilícitos com as “bênçãos”, inclusive, das
instituições e da sociedade dita “honestíssima”.
Diverte assistir a troca de ameaças
entre senadores que deram o golpe, igualmente delatados por gerentes pagadores
de propinas de empresas que há décadas sustentam e alimentam o a democracia
brasileira – indistintamente de cores partidárias.
A semana promete: aprovação da reforma
trabalhista, que os trabalhadores condenam, mas não combatem; embora destinatários
a pagar a conta perdendo seus empregos e direitos.
Cá, na Aldeia Filipéia de Nossa Senhora
das Neves, as coisas seguem como se nada estivesse acontecendo. A política não
sai do “disse-me-disse” entre os caciques – geralmente letras e personagens da mesma
sopa, porque já estiveram juntos e misturados, mas dominam a arte do engodo e
da farsa – que nós, paraibanos, aprovamos, gostamos e participamos.
Serpentário deixou de ser atração de
circo. Agora é roteiro de telejornais.
*João Costa é
radialista, jornalista e diretor de teatro, além de estudioso de assuntos
ligados à Geopolítica. Atualmente, é repórter de Política do Paraíba.com.br
Não há soro antiofídico para todos
Reviewed by Clemildo Brunet
on
7/11/2017 02:38:00 PM
Rating:
Nenhum comentário
Postar um comentário