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Quando agosto chegar

Genival Torres Dantas
Genival Torres Dantas*

Sei das festas dos sertões nordestinos e as melodias sertanejas cantadas em versos e prosas nas vozes dos cantores e cantadores repentistas acompanhados pelas violas nem sempre bem afinadas no diazepão nosso de todos os dias nos nossos campanários com lustrosos sinos a exigir o amém bem aventurado dos mais ciosos seguidores da bem aventurança dos carteis, milagrosos, suavemente manifestados na boca da noite. Sei da fé, reconhecidamente, indispensável ao coração de esperança magoado e sofrido sangrando e jorrando por entre pedras e pedregulhos formando leitos e caminhos que levam homens e crianças para um caminho sem retorno e nem chegada definitiva às estações e paragens sem muito convencimento.
Sei das praias e os cantos que encantam o povo a mostrar que o verão vem sempre mais cedo que a própria estação, mostrando que o sol escaldante é mais quente que a fumaça que se levanta da areia das praias do mar e dos lagos e que somos o produto acabado das terras prometidas e da escassez dos alimentos sempre sonhados e nunca chegado aos bolsos mais rasos e aos corações domáveis dos cavaleiros errantes da mistura fina do tempero salgado só sentido quando a dor no peito emite o som e a dor aguda levando para sempre seu parceiro errante mais forte e mais trigueiro que as características das pedras que sobraram da luta dos rochedos e as marés na luta do grande contra o pequeno nessa ensurdecedora guerra desse estado físico.
Sei da luta do homem de branco a tentar impor seu conhecimento nas tentativas nem sempre superiores em busca de curas e remendos um sacrifício estereotipado marcas indeléveis ao coração e a mente dos homens que buscam nas lendas e histórias das civilizações o convencimento da sua importância na cultura atual deixando uma marca mais que pueril com infindáveis espaços sem desejos de sair a procura de novas sensações.
Essas sensações são de infindáveis desejos para os que buscam a memória dos seus sem, entretanto, buscar glorias e aplausos a sua coragem, sempre em busca do sucesso da sua gente e da sua pátria, esse é e sempre será o gigante das terras sofridas das glórias e dos espaços raros, quando dedicados aos que sempre passaram para terra sem saber nem mesmo o preço de um metro quadrado, quando muito sabe dos sete palmos de terra que um dia irá lhe comportar quando daqui se for, e, certamente, um dia irá.
*Genival Torres Dantas
Escritor e Poeta

genival.t.dantas@hotmail.com
Quando agosto chegar Quando agosto chegar Reviewed by Clemildo Brunet on 7/22/2017 09:02:00 AM Rating: 5

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