Um País na pirambeira
Genival Torres Dantas |
Genival
Torres Dantas*
O Brasil não consegue andar em direção a
qualquer rumo que não se depare com seu futuro de certo destino desconcertante
e de notório saber impróprio camuflado em contornos desenhados em pedras
brilhantes mostrando as armadilhas plantadas pelos últimos dirigentes.
Acredite, todos os caminhos apontados dão mostras de um País em verdadeira
ruina, cujas saídas tangenciam o núcleo duro do absentismo do seu mais fiel e
devoto filho que não lhe foge à luta por mais sangrenta seja a guerra em campo
aberto e com considerável diferença de soldados e armas obsoletas.
Essa é minha Pátria, por mais que eu
tente negar a história que atravessamos a realidade nos mostra quão difícil é a
travessia das cordilheiras lavadas pelos riachos que contornam as pedras e
pedregulhos contornadas pela água barrenta dos rios assoreados pelas mãos
pecaminosas dos insolentes parceiros dos crimes ambientais que não suportam ver
o sucesso da natureza se impondo às cabeça vazias e ocas dos homens que são
pagos para defender a terra órfão e de poucos homens honestos que ainda lutam
em sua defesa.
Esse é o meu chão batido, seco e aberto
tal qual as veias abertas de um corpo que chora sua desdita e seu suplício,
sente a dor do flagelo da mão pesada que lhe rasga o ventre para retirar do seu
seio os últimos sucos que a natureza lhe reservou para matar a fome da gente
sofrida do sertão doído e chorado por tantas almas desventuradas que ainda, com
fé e esperança, luta pela gloria de um dia saciar a fome dos seus sacrificados
filhos e parentes que de tanto andar virou cigano nas terras empoeiradas que um
dia sonhou ser dono do pó do leito trafegável de tantas andanças.
Esse é o meu mundo sedento que começo a
perceber que nunca serei senhor dos meus sonhos em terras distantes, já sei por
analogia que na minha terra natal serei sempre um andarilho a mais a percorrer
as ruas estreitas e de sol escaldante a marcar os graus mais insuportáveis nos
seus paralelepípedos como resposta a busca incessante dos seus insistentes filhos,
no contorno das suas sede e fome. Nada mais lhe resta a não ser atingir os
caminhos que lhe mostre o asfalto e se dirija a outras terras não tão distantes.
Até que o País encontre em outros brados
e vozes desafinadas e secas passarei a não esperar por melhores dias na atual
administração, resumo do governo anterior, tão corrupto quanto o mesmo,
portanto, sem a menor chance de nos encontrarmos num mundo melhor, basta-nos o
que temos e o que passamos, esperar que sejamos felizes pelas nossas escolhas
em 2018, estamos fartos de desditas nos últimos 14 anos de desesperanças.
*Genival
Torres Dantas Escritor e Poeta
Um País na pirambeira
Reviewed by Clemildo Brunet
on
7/05/2017 09:09:00 AM
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