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O homem e existência

Onaldo Queiroga
Onaldo Queiroga*

O homem condicionou o conceito da expressão viver bem ao aspecto material, por isso, ter bens imóveis, carros, empresas, ostentar ser detentor de um bom patrimônio material passou a ser sinônimo de “viver bem”.
Quando encontramos um conhecido ou um amigo passeando de carro novo, morando numa boa casa, logo vem ao nosso pensamento que aquela pessoa estar bem de vida. Sem dúvida, que a programação da TV, os ensinamentos escolares, familiares e até de alguns religiosos possuem mensagens que insistem em promover o pensamento de que viver bem representa ter condições financeiras, ao ponto acumular patrimônio e dinheiro.
É aquele ditado equivocado: dinheiro trás felicidade ou manda buscá-la. Culturalmente fomos educados para acreditar que a felicidade reside nesses aspectos de luxúrias, pois, é duro dizer, mas jamais fomos orientados para enxergar que a felicidade pode ser encontrada num ato de solidariedade, no viver simples de uma pequena casa do campo, no silêncio de uma oração, no amanhecer de mais um dia, enfim num abraço ou num apertar de mãos, selando a paz com um antigo inimigo.
O tempo de agora é perverso. O homem busca sempre mais alguma coisa, esquecendo que daqui nada levará, apenas deixará. Se os abastados destinassem o excesso de bens ao exercício da caridade, os tempos que vivemos seriam bem melhores, pois certamente não haveria famintos mendigando um pedaço de pão, maltrapilhos dormindo nas calçadas e pessoas doentes, sem qualquer assistência médico-hospitalar.
Dinheiro nunca comprará um verdadeiro amigo, nem a estadia eterna neste planeta.
*Escritor pombalense e Juiz de Direito

onaldoqueiroga@gmail.com
O homem e existência O homem e existência Reviewed by Clemildo Brunet on 8/10/2017 04:05:00 PM Rating: 5

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