Discurso de Apresentação do Livro Memoriais e Legados
Por
Francisco de Assis Vieira Nunes*
Quão honroso o convite formulado por Clemildo Brunet,
para prefaciar seu mais recente livro: MEMÓRIAIS E LEGADOS. Diante de tamanha
deferência, não hesitei em aceitar esta honraria e de pronto disse sim,
consciente da enorme responsabilidade. Ainda mais, partindo a solicitação de um
amigo de infância em benefício de Pombal, o convite se robustece de uma força extraordinária
tornando a recusa impossível.
É sabido que os fatos, unidos as pessoas, constroem a
história da humanidade, que se define como a ciência que estuda a vida de um
individuo ou de um povo. Assim foi no passado, acontece no presente e será no
futuro. Daí a certeza de que a propagação dos acontecimentos garante a
perpetuação da história. Apenas esse fundamento é bastante para justificar o
lançamento desta obra, segunda da lavra de Clemildo Brunet. Primeiro surgiu A História
do Rádio em Pombal e agora nos brinda com Memoriais e Legados: tributo à
imortalidade.
O livro que ora se lança, é uma obra cujo título, sintetiza
o que nela contêm. Como memorial se constitui um livro de lembranças, pois evoca
fatos aos quais tenha o autor assistido ou deles tomado parte. Quanto ao
legado, se apresenta como um testamento dos fatos e personalidades transmitidos
a posteridade.
A obra é uma inserção histórica, documental e educativa,
onde o autor reconstrói fatos e ressuscita personagens, estabelecendo como
marca a reconstituição de uma época, os fatos e pessoas que se imortalizaram,
não somente na denominação de praças e ruas, mas, sobretudo, no coração de cada
filho de Pombal. Como reverência é o valor que se dá em reconhecimento aos
méritos.
O título por si só remonta o passado, lembranças que são
saudades. Comporta uma cuidadosa seleção de biografias de filhos ou não de
Pombal, que fizeram, cada um a seu modo a história única, dando a Terra de
Maringá um caráter sui generis. Compreende elevado patamar de homenagens,
póstumas ou não, à memória de políticos, religiosos, profissionais liberais,
escritores, companheiros de profissão e amigos, todos protagonistas da singular
história de Pombal. Seu conteúdo faz ressurgir acontecimentos e rememorar
pessoas. Revestida de informações, a obra ganha importância a cada texto, tanto
pelo prazer da leitura quanto pelos registros valorizados pelo autor.
Os textos, livres e pessoais, denunciam o estilo próprio
transformados em peças de exaltação. São evidentes o sentimento telúrico e o
caráter saudosista manifestados principalmente na crônica “Amo Pombal, minha
cidade.” Ainda assim, compreende uma compilação de momentos e recordações,
portanto, um relicário que faz do passado um tempo sempre presente.
A propósito, convido o leitor para descortinar o contexto
e conviver literalmente com a história e seus personagens.
No primeiro plano o autor refere-se com sublimação a origem
heráldica da família e a linhagem procedente do naturalista Louis Jacques
Brunet. Numa autobiografia, rompe as barreiras da introspecção e fala de si
mesmo, trazendo o passado para o presente, a partir do menino travesso de Seu
Napoleão, que na inquietude da tenra idade já manifestava tendência para a
radiofonia, vindo a se confirmar depois um modelo de profissional, uma
referência, fazendo por merecer as maiores honrarias outorgadas pela Assembleia
Legislativa da Paraíba. Seu exemplo é a confirmação do rifão popular que diz: o
espinho para furar de pequeno traz a ponta.
Aprofundar-se no conteúdo é reconhecer os valores dos
nossos escritores, a partir de Wilson Seixas e Antonio de Sousa como
desbravadores, seguidos por Verneck Abrantes, Jerdivan Nóbrega e outros de
igual valia. É, exaltar a medicina, protótipo da ciência, rememorando os
médicos Avelino Elias de Queiroga, Atêncio Bezerra Wanderley, Ademar Pereira,
Carneiro Arnaud, além de líderes políticos como Rui e Janduy Carneiro, Levi
Olímpio, Severino de Sousa e Silva, o emblemático “Beira - mar” e outros mais. É,
igualmente justo, exaltar a importância de religiosos como os Rev. Ageu,
Jonathas e João Dantas, grandes mentores de sua formação cristã. É ainda exultante
reverenciar amigos como Eufrásio dos Santos, Francisco Fernandes da Silva –
Bibia – e colegas de profissão a exemplo de Maciel e Massilon Gonzaga, com os
quais exerceu o nobre ofício da comunicação.
Digno de nota o tratamento igualitário dispensado aos
personagens da obra, desde o mais simples ao mais diligente. Afinal, seja o
cientista ou o modesto operário, seguindo caminhos diferentes, desfrutam da
mesma importância, ambos elevam a humanidade.
Isto posto, conclui-se ser esta obra um testemunho, uma
declaração de reconhecimento, um preito de gratidão e nunca uma louvação gratuita.
Ainda mais, um trabalho de resgate, onde o autor se revela zeloso guardião
dessa história única chamada Pombal.
Enfim, aos homenageados o tributo, a mim, como
prefaciador, a prioridade da leitura e o privilégio da apresentação e ao autor
os louros literários por nos presentear com esta maravilhosa obra, colaborando
com nossa história e nossa cultura.
Em nome de todos os pombalenses agradeço por tão valioso
presente.
Obrigado Clemildo Brunet e parabéns com louvor e
entusiasmo.
Pombal, 16 de
dezembro de 2017.
*Francisco
de Assis Vieira Nunes – Professor e Escritor pombalense
Discurso de Apresentação do Livro Memoriais e Legados
Reviewed by Clemildo Brunet
on
12/20/2017 08:12:00 PM
Rating:
Nenhum comentário
Postar um comentário