Opinião: desejar feliz Natal para quem está ao redor de uma mesa farta é fácil
João Costa |
João
Costa*
Então, é Natal, essa maravilhosa
adaptação de canções natalinas feita por John Lennon e Yoko Ono, e traduzida
por Cláudio Rabelo, é de 1971, e a melodia data de século XVII; embora cause
muita rejeição, nunca foi tão atual,
porque provoca uma reflexão sobre a vida, que é feita de ciclos, na base do ano
termina e renasce outra vez. Ela soa como otimismo, e nós aqui no rádio, somos
como mercadores de sonhos, que vende sonhos não anunciam que junto vão
ilusões.
A música de John Lennon e interpretada pela cantora Simone desde 1985, fala de um Natal igual para brancos e negros e, no caso do Brasil, notamos que não é verdade, pois assistimos, todos os dias manifestações de racismo.
A música de John Lennon e interpretada pela cantora Simone desde 1985, fala de um Natal igual para brancos e negros e, no caso do Brasil, notamos que não é verdade, pois assistimos, todos os dias manifestações de racismo.
Fala de paz, e nunca a sociedade
brasileira esteve tão dividida, e mais conflagrada será em 2018.
Vender sonhos, com votos de Feliz Natal para
quem está ao redor de uma mesa farta, é fácil. Difícil é vender sonhos para
todas as famílias infelicitadas pelo desemprego que atinge 26 milhões de
patrícios; para as aflitas com parentes encarcerados, e para as que perderam
entes queridos. Ouçam a música com paciência e percebam que ela fala de cidades
lá da Ásia, como Hiroshima e Nagasaki, destruídas na década em 1945 por bombas
nucleares, lançadas por norte-americanos.
Fala de
Moruroa, um atol na Polinésia, onde a França, entre 1966 e 1974 realizou 46
testes atômicos atmosféricos e 150 subterrâneos. E esta ameaça está de
volta, pairando não apenas sobre a Ásia, mas sobre o mundo todo, pela força que
tenta impor o unilateralismo, tal qual entre nós, quando assistimos às
tentativas de imposição do pensamento único.
Um novo
normal, porque não é difícil transformar uma mentira em verdade, se se trata de
uma mentira construída para criminalizar ou demonizar o outro.
Que em 2018 não ouçamos músicas com novos
nomes asiáticos; porque se do outro lado do mundo, a vida está por um fio, com
ameaça de uma guerra devastadora anunciada para ocorrer a qualquer momento, ou
mesmo até março, a situação cá entre nós não é menos letal: são 60 mil
assassinatos por ano, o que significa que já vivemos nossa própria guerra,
embora não tratemos a situação assim.
Natal é uma festa cristã, mas de origem
pagã, que tratava da Festa do Sol e do Fogo. Percebam que a canção começa
exatamente dizendo que é Natal e pergunta, logo em seguida, o que você fez?
Gerou luz como o Sol, ou ateou
combustível num rastro de Fogo?
É um chute nas consciências!
*João Costa é
Radialista, Jornalista e Diretor de teatro, além de estudioso de assuntos
ligados à Geopolítica. Atualmente, é repórter de Política do Paraíba.com.br
Opinião: desejar feliz Natal para quem está ao redor de uma mesa farta é fácil
Reviewed by Clemildo Brunet
on
12/22/2017 01:37:00 PM
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