CEMITÉRIOS DE POMBAL

Na qualidade de cidadão, temos todo direito de reclamar e gritar reclamando em favor da melhoria de nossa Terra Natal.

No mês de dezembro do ano passado, passamos uma temporada na nossa cidade natal e fizemos várias visitas nos cemitérios porque estamos reformando e restaurando o túmulo familiar. Na verdade, o estado é lamentável da situação dos cemitérios existentes, não há espaços para novos túmulos nem covas rasas. Inclusive, ninguém consegue se movimentar livremente no âmbito do cemitério, salvo o espaço do corredor principal, sujeitando-se levar uma queda e quebrar um braço ou perna. Tanto no cemitério Nossa Senhora do Carmo como no São Francisco

Os cemitérios existentes já não suportam. Não cabe mais naquele espaço, chamado “Campo Santos”, sequer, um caixão de anjo. O cemitério se enquadra naquela situação de atividade essencial, já que não tem mais capacidade de suporte, a paciência já está esgotando-se, e, realmente, a situação é um tanto crítica no município, que exige uma medida a curtíssimo prazo.

Para quem lê a Bíblia, ou já assistiu ao filme "Os Dez Mandamentos" com Charlton Heston (produzido em 1956 pela Paramount Pictures) deve lembrar-se desta passagem no livro de Êxodo, quando Deus lança suas pragas contra o Egito devido ao endurecimento do coração do Faraó.

Aqueles que tinham seus umbrais marcados, não sofreram mal algum. Já aqueles que não tinham...

Para quem gosta de novelas, deve lembrar-se de Sucupira, onde o prefeito Odorico Paraguaçu, um político corrupto e cheio de artimanhas, tem como meta prioritária em sua administração a inauguração do cemitério local. De um lado é bajulado pelo secretário gago, Dirceu Borboleta, profundo conhecedor dos lepidópteros; e conta com o apoio incondicional das irmãs Cajazeiras, suas correligionárias e defensoras fervorosas: Dorotéia (líder na Câmara de Vereadores), Dulcinéia (seduzida pelo prefeito) e Judicéia (a mais espivitada). São três solteironas avessas a imoralidades - pelo menos em público -, já que Odorico sempre aparece de noite para tomar um "licor de jenipapo"...

Em Pombal, a situação dá-se ao inverso: tem muito defunto e pouco cemitério.

João Pessoa – PB, 14 de janeiro de 2019.

SEVERINO COELHO VIANA