Os valores que usamos são os mesmos que nos definem
Por
Genival Torres Dantas*
Para os estoicos a virtude é
o único bem, dessa forma, o vício é o único mal, sem demais protraimentos. Essa
doutrina fundada por Zenão de Cícero, 335-264 a.C. compreendida pela
imperturbalidade da ética, ablação das paixões e resignação com o destino, esses
são os compostos que fundamentam o homem sábio. Ainda, viver segundo a razão
com senso de responsabilidade. Não foi por acaso que esse pensamento teve um
dos seus maiores defensores, um dos seus representantes Epiteto, 55 a.C.
filósofo grego, viveu a maior parte de sua vida como escravo romano; a data da
sua manumissão é incerta, entretanto como pensador, depois da sua carta de
alforria criou sua própria escola e teve como discípulo Flávio Arriano, o
pensador.
Esse preâmbulo foi para
falar dos acertos e percalços no decorrer do primeiro ano do governo Bolsonaro,
depois de um longo inverno negro assolapados que fomos no período socialista
petista e deplorável de 16 anos quase intermináveis.
Na retrospectiva de 2019,
fechando o último decênio que consideramos perdido não fora 2019. Não adianta
falarmos apenas das assertivas que foram tantas, entretanto os desacertos
tiveram, e muitos, todos delimitados pela inexperiência administrativo do
Presidente Bolsonaro, aliado ao seu despreparo de conviver harmoniosamente com
aqueles que pensam contrário. Dessa forma, até de um jeito espalhafatoso não
poupou nem mesmo a comunidade internacional, os nossos patrícios foram
atingidos por coices, pontapés e caneladas, se insinuasse atravessar seu
caminho e não o aplaudisse em qualquer ato seu.
Essa arrogância foi sua
companheira antes mesmo de sua posse em 01/01/2019, até o encerramento do ano
que se finda. A maior ingratidão foi cometida pelo Presidente contra o
ex-senador Magno Malta, esse cidadão declinou de trabalhar pela sua reeleição
para impor ritmo forte em favor da candidatura do Presidente eleito, depois das
eleições, o ignorou e não tendo contemplado o aliado para figurar ao seu lado
na sua administração, mil desculpas surgiram, até mesmo o fato do ex-senador se
o achar senhor da situação e ter indicado pela imprensa um possível futuro
ministro, tendo dessa forma se queimado junto ao Bolsonaro. Confesso que
nenhuma das desculpas me convenceu, a única razão que leio é da pura soberba, o
cargo subira à cabeça do Presidente eleito.
No decorrer do ano muitas
foram as idiotices ditas e praticadas, com erros crassos na sua administração
pública. Os embates com o Congresso Nacional resultou em prejuízo para o
presidente, com 28,81% de vetos nas suas iniciativas via MPs ou PLs, enviadas
àquela casa de Leis, superando em números negativos os governos anteriores de,
em ordem decrescente, Temer, Dilma, Lula e FHC, uma vergonha para um governo
presidencialista bicameral. Outras invertidas o presidente teve com o STF,
verdadeiro festival de inconstitucionalidade em seus projetos, promovendo
verdadeira correria para retirada de projetos em trâmites.
Quando nos referimos às
iniciativas do executivo muitas foram as retiradas de pautas quando havia
assombros, no sentido de espanto com os esdrúxulos assuntos incondizentes com a
nossa realidade e necessidades e não foram poucas vezes que isso ocorreu. Outro
tema recorrente era as desculpas por colocações que não queriam dizer o que foi
dito, era sempre erro de interpretação da imprensa que nunca colaborava. Quando
o nó da corda era apertado à saída era exatamente a subida de tom, iniciativa
dos que sempre querem sair pela tangente, ficando o dito pelo não dito, a falta
de paciência dos expectadores e até torcedores do presidente chegava ao linear
da explosão.
Como nem tudo foi perdido,
entre perdas e ganhos, tivemos o lucro auferido pela participação de alguns
coadjuvantes da Administração Federal, inicialmente tidos como coadjuvantes e
na sequência foram verdadeiros protagonistas nas suas pastas. O binômio mais
cotado e referenciado foi sempre o Paulo Guedes, da economia e o Sérgio Moro da
Segurança, ambos justificaram os aplausos anteriores, durante e posterior,
verdadeiras redes salva-vidas para o Bolsonaro, tanto é que seus projetos
mesmos que desfigurados foram aprovados dentro do limite.
Os de responsabilidade, até
indireta, do Paulo Guedes, caso da Reforma da Previdência, foram vitoriosos
ficando de fora os Estados e Municípios, agora há uma verdadeira correria nos
Estados para que as medidas federais sejam feitas aos seus Estados, inclusive
nos Estados adversários mais ferrenhos do Governo Central. No Projeto da
Segurança Pública, de Sérgio Moro, ficou de fora aquilo que já era imaginado,
tinha muitas medidas que podem vir em novos projetos e mais sustentáveis do
ponto de vista jurídico.
Ainda na área econômica, as
teses do Paulo Guedes chegam ao final de ano dando verdadeiro alento para nós
brasileiro, o emprego voltando a crescer, lentamente, mas é crescimento, a
inflação controlada e dentro das metas estabelecidas, dólar flutuando dentro do
esperado, a balança comercial melhorando, afetada apenas pelas dificuldades que
passa o nosso vizinho, Argentina, melhor parceiro do nosso continente do Sul e
a esperança que nosso maior parceiro mundial, a China, venha a comprar com
maior intensidade no próximo ano, promessas foram feitas.
Além da nova parceria que se
avizinha, na Europa, afinal saímos de um pobre mercado, basicamente local e
africano para atuarmos em dimensão maior, mercado mundial, sem amarras e nem
algemas ideológicas, de forma que estávamos fadados à falência do Estado
brasileiro. Outro fato importante que muito tem contribuído para o nosso
sucesso foi o estancamento nas verbas enviadas pelo Governo Central anterior, PT,
para países socialistas, via BNDES, sem nenhuma previsão de recebimentos e
quando havia promessas sempre foram relaxadas, tanto é que já existem valores
que superam a casa dos bilhões de reais, inclusive com aval por parte do
governo brasileiro, em empréstimos do exterior para aqueles países e estamos
honrando os compromissos firmados para não ficarmos como mau pagadores,
inadimplentes, no mercado financeiro internacional.
A grande surpresa na
administração pública brasileira, sem dúvida, foi a presença do ministro da
Infraestrutura Tarcísio Gomes de Freitas, para muitos era tido como azarão,
esses nunca tinham observado o trabalho desse trabalhador brioso e honesto.
Depois de fazer um trabalho de muito sucesso na sua pasta, com interiorização
dos recursos aplicados, como, principalmente, recuperação de estradas e
pavimentação de outras, via Exército brasileiro, uma das suas facetas, além dos
leilões feitos durante o ano de 2019, resultando em entrada de recursos e
viabilizando outros projetos de outras pastas.
O ministro Tarcísio já
anunciou, deverá leiloar, no próximo ano, entre 40 e 44 obras, sendo a maior a
BR 116, trecho da Rodovia Presidente Dutra, entre São Paulo e Rio de Janeiro,
essa seria renovação de concessão, com prazo de 25 anos com vencimento em 2020.
Teremos concessões em Aeroportos, Portos e Rodovias, com previsão de R$100 bi,
com entrada para nossos cofres, superando o alcançado esse ano.
Com a previsão de safra
recorde na nossa agricultura, superando as 242 milhões de toneladas de 2019,
previsão para 2020 de 246 milhões de toneladas, se mantendo no patamar de 22% a
23% do nosso PIB, números da década que se encerra. As nossas commodities
minerais vão continuar com sucesso mundial. A indústria e o comercio se
recuperam dessa fase de letargia, dopados que fomos pelo custo Brasil, mormente
a mobilidade rodoviária e o custo financeiro de produção e venda se financiadas
pelo mercado financeiro que tende a baixar e deixar de ser proibitivo.
Aos que buscam mais
informações e cientificamente abalizadas por ilustres escritores, economista,
ex-membros de vários governos, jornalistas tais como: José Roberto Mendonça de
Barros, Ana Carla Abrão, Gustavo Franco, Elena Landau, Zeina Latif, Roberto
Rodrigues, Afonso Celso Pastore, Carlos Melo, Barry Eichengreen. Essa mescla de
pensamento político está condensada em “especial de economia”, publicado no “O
Estado de São Paulo”, desse último domingo, 29/12/2019, antigo matutino de São
Paulo, publicado desde 1875, do qual sou leitor há 50 anos.
Para aqueles que têm a
memória fraca por algum motivo de saúde, ou por conveniência, segue as datas e
causas pelas quais o Sr. ex-presidente da República e ex-presidiário, porém
condenado, foi detido e recolhido na Polícia Federal pelos seus desserviços ao
Estado brasileiro e pela conivência com outros condenados de seu partido
político, PT, agregados e da mesma corrente política. Vejamos: 03/05/2016 (Caso
Nestor Cerveró), 14/09/2016 (Triplex no Guarujá), 10/10/2016 (Esquema de
Angola), 09/12/2016 (Caças Suecos e Incentivos Fiscais), 14/12/2016 (Imóveis e
Terreno para Instituto), 22/05/2017 (Sítio em Atibaia), 05/09/2019 (Quadrilha
do PT), 11/09/2017 (Venda de Medida Provisória), 30/04/2018 (Caso Odebrecht),
26/11/2018 (Negócio na Guiné Equatorial). Maiores informações e atualização,
página A6 – Política – Ações e Denúncias – edição de 27/12/2019 (Sexta-Feira).
Nesse encerramento de ano
desejo a todos aqueles que me prestigiaram com sua leitura, que o próximo ano
seja de mais vitórias e menos desacertos para todos nós, bastante saúde, amor,
paz e harmonia entre os homens e mulheres de muita fé.
Genival
Torres Dantas
Genival Torres Dantas |
*Poeta,
Escritor e Jornalista.
genivaldantasrp@gmail.com
Os valores que usamos são os mesmos que nos definem
Reviewed by Clemildo Brunet
on
1/01/2020 06:58:00 AM
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