FOI CEDO DEMAIS
Quando as palavras não dizem
tudo eis que surge o silêncio como expressão. Quando o silêncio também teima em
nada dizer, o que nos resta é uma vontade incontida de chorar. Ainda bem que
Deus também criou as lágrimas como expressão.
Há pessoas que aportam em
nossa vida feito barquinho de papel navegando em riacho doce e, quando menos se
espera, aproxima-se calmo, silenciosamente. Sem vexame, baixa âncora e
tornam-se pinturas azuis colorindo o nosso céu. Foi nessa atmosfera que
encontrei José Camilo de Queiroz Júnior em minha vida, o nosso querido
“Juninho”, amigo de infância, sorriso largo, braços sempre dispostos ao
encontro do abraço. Não lembro-me de tê-lo visto triste ou irritado, não havia
espaço em seu coração para coisas menores.
Foi um homem grande na mais
ampla acepção da palavra. Custa-me caro essa despedida. Prefiro não fazê-la,
não escrever mais nada, parar por aqui. Amanhã, “Juninho”, nos encontraremos
para podermos dizer, entre sorrisos, que a morte perdeu o jogo e foi um grande
engano em sua vida, meu amigo!.
Resta-me ainda dizer que é
tão estranho... Os bons morrem jovens. Pessoas boas morrem cedo. Você foi
embora cedo demais. Eu sei que o tempo passa, as pessoas passam. Não é sempre,
mas eu sei. Sei que "há momentos em que o tempo se detém de repente para
dar lugar à eternidade". Sei também que você está bem agora. Só que este
ano eu sei que a primavera não chegou. Ela não vem. Acabou cedo demais!
Teófilo
Júnior
30/07/2020
FOI CEDO DEMAIS
Reviewed by Clemildo Brunet
on
7/30/2020 04:49:00 PM
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3 comentários
Brilhante.
Brilhante.
Muito bom...
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