Não é bravata, alguns congressistas passam por problemas de catatimia
Genival
Torres Dantas*
É concludente a ideia que o
ar do Congresso Nacional ter sido contaminado com algum vírus tipo qualquer
elemento contaminante nessa fase de pantomina do Coronavírus, os fatos nos leva
a pensar dessa forma. Como é sabido, a nossa República é composta por três
Poderes bem delineados e independentes, cada qual com sua estrutura e
administração e organograma próprias, portanto inerentes as suas atribuições,
responsabilidades e protagonismos bem definidos.
Em se tratando de Congresso
Nacional, depois da passagem conturbada pela presidência, daquele Poder, do
senador Renan Calheiros (MDB/AL), tem hoje uma nova composição administrativa,
com vencimento para o início do próximo ano, 2021, sendo que o atual presidente
foi eleito numa eleição composta de 81 senadores e constando na urna o sufrágio
de 82 votantes, até hoje não temos nenhuma informação que pudesse justificar
esse erro, no mínimo atípico.
Quando elegemos os membros
do Congresso Nacional, ficam estabelecidas, algumas regras e normas internas
relevantes para o bom andamento dos seus trabalhos. No Senado Federal, seus
componentes, Senadores da República, representam os Estados e o Distrito Federal,
responsáveis indiretamente pela administração do Poder Executivo, no que
concerne a tudo que for relacionado ao bom andamento, fiscalizando os processos
em tramitação evitando alguma inconstitucionalidade que possa vir daquele
Poder, além de outros atributos.
A outra Casa, conhecida como
Câmara Federal, os Deputados Federais eleitos são os legítimos defensores do
povo brasileiro, têm a obrigação de defendê-los na sua forma mais justa, direta
e objetiva. Com o advento dos novos tempos e a invenção do presidencialismo de
coalizão, ou participativo, foi criada uma verdadeira barafunda, com situações
que fogem do convencional nas melhores Repúblicas, vejamos o que ocorreu nas
últimas sessões naquelas duas casas:
A derrubada da veto
presidencial ao reajuste salarial até 2021, pelo Senado Federal, nos deu uma
ideia de duas situações distintas, o Presidente da Casa, Davi Alcolumbre, anda
sem crédito junto aos seus comandados, ou o Presidente da República, Jair
Messias Bolsonaro, não tem justificado seu esforço no sentido de conseguir os
acordos necessários nas aprovações dos projetos que lhe viabilize uma
administração mais objetiva e consensual.
Por outro lado, a manutenção
do mesmo veto na Câmara dos Deputados, com anuência do bloco conhecido como
Centrão e do próprio Presidente da Câmara, Rodrigo Maia, mostra o acerto feito
pelo Bolsonaro na sua negociação junto aos Líderes daquele bloco sem bandeira
política e o jogo de cintura do Rodrigo Maia, na condução da mesa nos trabalhos
administrativos.
A tentativa de Bolsonaro de
buscar um modelo, usando no início do seu governo, pensando em administrar o
Brasil sem o modelo anterior, implantando o presidencialismo de colisão,
fórmula errática e esdrúxula, apenas acarretando enorme prejuízo ao país
enquanto a tentativa foi sendo vencido e nada aprovado na Câmara Federal.
Outra situação que mexeu com
nossos governantes nessa semana que se encerra é o estudo da Universidade de
Harvard, dando ciência que crianças podem ser mais contagiosas que os adultos.
Trata-se de uma pesquisa científica, feita em pessoas de zero até 22 anos,
suspeitas de covid-19. Isso colocado nos leva ao ponto crucial que é a retomada
das aulas que estão sendo anunciadas por vários Estados, principalmente pelo
esforço feito pelas escolas particulares e de certa forma compartilhada pelos
seus respectivos prefeitos e governadores.
Nesse momento em que o
Brasil passa por uma nova fase, saindo da zona vermelha, se faz necessário
termos mais cuidados ainda para não retrocedermos numa situação piorada. Os
números são alvissareiros, a taxa de contágio (Rt), no Brasil, alcança o pico
menor que 1, de 0,98, sem dúvida é desaceleração, isso não representa cessar,
continuamos com pacientes sendo tratados e em formação. A matemática é simples,
esses 0,98 vai gerar 0,96, que gera 0,94, até zerarmos, há um longo caminho
pela frente.
Não devemos relaxar,
mantermos os mesmos cuidados e critérios de relacionamentos, não abusar dos
protocolos atuais, assepsia das mãos, uso das máscaras e o devido isolamento
das crianças, por enquanto, principalmente aquelas que convivem mais
proximamente com os adultos e primordialmente com os do grupo de risco. Não
podemos anular um trabalho feito com muita luta e contra muitos desinformados,
usemos toda nossa experiência de vida na ajuda aos mais jovens, pois.
Genival
Dantas
*Poeta, Escritor e Jornalista
genivaldantasrp@gmail.com
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