COMENTÁRIO DE MACIEL GONZAGA SOBRE A POSTAGEM "O BAIÃO E O PRECONCEITO (I)"

Maciel Gonzaga (Foto)

Dr. Onaldo!

É com satisfação que leio atentamente o seu artigo “O Baião e o Preconceito (I)”. E a satisfação torna-se ainda maior quando o artigo parte de alguém que se dispõe a engrossar as fileiras daqueles que desejam que essa bandeira permaneça viva, sempre viva. Confesso, sinceramente que, hoje, temo pelo futuro do Baião, ritmo que influenciou o tropicalismo de Gilberto Gil e rock´n roll de outro baiano – Raul Seixas, que fundiu os dois ritmos, criando aquilo que chamou de "Baioque". As rádios já não tocam mais. A nossa juventude pouco ou quase nada sabe da importância desse gênero musical.

O nosso grande potiguar Câmara Cascudo registrou que o Baião foi gênero de dança popular bastante comum durante o século XIX. O tempo está passando rápido e a pergunta que fazemos é: "Daqui para frente alguém vai defender a nossa verdadeira música? Felizmente, ainda temos pessoas, sem preconceito, como V. Excia. que se dispõe a defender o que é nosso, do povo nordestino.

Muiscalmente falando, o nosso Baião é tão magnífico que, segundo o grande maestro Guerra Peixe, possui uma escala que vai de Dó a Dó, com as variações: todos os graus naturais; com o sétimo grau abaixado (si bemol); com o quarto grau aumentado (fá sustenido); a mistura dos dois dos modos anteriores, ou dos três; poucas vezes no modo clássico europeu e, raramente, no modo menor com o sexto grau maior, possuindo os ritmos melódicos semicolcheia, colcheia, semimínima e mínima prolongada em compasso de dois por quatro. Que beleza! Tudo isso, graças a criação de Luiz Gonzaga - O Rei do Baião; de Humberto Teixeira - "Doutor do Baião", de Dominguinhos – O Príncipe do Baião. Portanto, Dr. Onaldo, VIVA O BAIÃO e VIVA MUITO MAIS QUEM DEFENDE O BAIÃO.

Maciel Gonzaga de Luna

Jornalista/Advogado – Natal/RN