POMBAL: 146 ANOS DE CIDADE, 310 DE FUNDAÇÃO E 236 DE EMANCIPAÇÃO POLÍTICA!
CENTRO DE POMBAL (Foto)
CLEMILDO BRUNET*
O que dizer de uma cidade que desde a data de sua fundação já é tricentenária? Edificada a margem direita do rio Piancó. Fundada por Teodósio de Oliveira Ledo no sertão das Piranhas conhecido como povoação de Piancó em 27 de julho de 1698, tendo sido denominado de Arraial de Nossa Senhora do Bom Sucesso do Piancó (Pombal).
Sua emancipação política se deu em 04 de maio de 1772, quando elevada de Arraial a categoria de vila, sendo chamada Vila de Pombal, dando-se na mesma data sua Emancipação Política. Em 21 de julho de 1862 é elevada a categoria de cidade. Neste mês de julho Pombal comemora 310 anos de sua fundação. 21 de julho é a data do Aniversário de Pombal como cidade.
Muita coisa se perdeu no tempo, pois segundo o nosso escritor pombalense Verneck Abrantes, documentos que tiveram registros de acontecimentos políticos com mais precisão, entre 1926 a 1928 e parte de 1930 a 1945, não foram encontrados nos arquivos da Câmara.
Em seu livro A Trajetória Política de Pombal, o escritor cita que parte dessa memória foi queimada quando de um incêndio ocorrido na Prefeitura e outros desapareceram em razão de nos anos 80 ter havido uma reforma na Câmara Municipal e que pessoas sem conhecimento histórico tenham ateado fogo em antigos documentos dentro de um poço.
Pombal já foi palco de grandes eventos que marcaram a nossa história. Um fato interessante e que talvez seja desconhecido pela maioria, Verneck diz que no final de 1926, foi organizado o primeiro time de futebol de nossa cidade, denominado de Itajay Futebol Clube. Os atletas tinham camisas listradas em preto e branco, mangas cumpridas, golas ajustadas com cadarços, calções nos joelhos, meiões, chuteiras e alguns jogadores usavam toucas. O campo era aberto localizado onde hoje é o Bar Centenário.
O pioneiro time da terra tinha a sua torcida formada por homens da sociedade local que se vestiam de paletós brancos engomados, gravatas borboletas, chapéus de massa e bengalas. A banda de música enchia a rua com festivos dobrados e saudosas modinhas incentivando a torcida a comparecer a disputa futebolística. O dono desse time era o político e desportista, Vicente de Paula Leite, conhecido como Major Senhor.
Há uma Rua em Pombal com o nome de Vicente Paula Leite e até bem pouco tempo, A Câmara de Vereadores quis dar o nome de outro cidadão a parte desta artéria urbana, revoltados os moradores se mobilizaram e fizeram abaixo assinados e faixas a fim de impedir tal façanha.
Em todo esse tempo, Pombal é uma cidade marcada por perdas e ganhos. E nesse equilíbrio é difícil fazer uma avaliação das vantagens e desvantagens de tudo isso. Poderia ter avançado mais no curso da história. No entanto, alguns de seus monumentos que por descuido ou displicência de agentes políticos e autoridades desta terra, deixaram de ser tombados oficialmente como patrimônio histórico e foram demolidos literalmente por força do capital selvagem.
O nosso escritor pombalense Jerdivan Nóbrega de Araújo, em um artigo publicado recentemente, fez a sua justificativa devido a questões relacionadas à realização do Pombal Fest no centro da cidade. Palavras textuais de Jerdivan:
“A cidade de Pombal, com 300 anos, não tinha seu Centro Histórico Tombado e protegido por Lei. Indignado e vendo nossa história sendo transformada em pó, protocolei em 1991 uma petição ao IPHAEP, solicitando o tombamento do centro da nossa cidade”
Ele recebeu como resposta uma negativa do próprio instituto dizendo que era impossível fazer o tombamento, pois o órgão alegava não ter condições de mandar engenheiros a Pombal, por não possuir viaturas. Jerdivan lamentou a desculpa dada pelo IPHAEP.
Segundo ele, só foi possível tombar oficialmente o Centro Histórico de Pombal, quando assumiu a Presidência daquele Instituto o Professor José Otávio de Arruda Melo, que atendendo pedido do historiador pombalense Wilson Seixas (saudosa memória), deu continuidade ao processo. No dia 04 de abril foi publicado o Decreto nº 22.914 de 03 de abril de 2002, determinando o tombamento do Centro Histórico de Pombal.
No final do relato Jerdivan afirma que “não somos contra a realização do “Pombal Fest”. Fazemos isso em memória dos nossos antepassados e em respeito às gerações futuras. Uma semana de festa não pode sobrepor-se e subjulgar a 300 anos de história” e arremata: “Não se trata de uma disputa e sim de uso da inteligência e do bom senso”
Isso me faz pensar o quanto é penoso para nós pombalenses, se não preservarmos o que temos de patrimônio. Um povo sem história é um povo sem conhecimento.
*RADIALISTA
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POMBAL: 146 ANOS DE CIDADE, 310 DE FUNDAÇÃO E 236 DE EMANCIPAÇÃO POLÍTICA!
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7/03/2008 08:14:00 PM
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