149 ANOS DO PRESBITERIANISMO NO BRASIL!
CLEMILDO BRUNET* Em 12 de agosto de 1859 foi implantado no Brasil o “Presbiterianismo” surgiu como fruto do pioneirismo e desprendimento do Rev. Ashbel Green Simonton, enviado pela Igreja Presbiteriana dos Estados Unidos da América, através da “Board Of New York”. Simonton foi despertado por um sermão que ouviu de seu Professor, o famoso teólogo Charles Hodge, levando-o a considerar o trabalho missionário no estrangeiro, chegou a mencionar o Brasil como campo de sua preferência. Aos 26 anos de idade, dois meses após a sua ordenação, embarcou para o nosso país, aportando no Rio de Janeiro na data supracitada. Emergida da Reforma Religiosa do Século XVI, a Igreja Presbiteriana, mais especificamente surgiu da tradição reformada no (continente) ou Presbiteriana na (Escócia), que em virtude de pressões sociais passou à América do Norte, no século XVII, e daí o Brasil, no século XIX. Simonton conseguiu dominar a língua do país de sua missão e em abril de 1860 celebrou o seu primeiro culto em Português. Havendo recebido os primeiros conversos em 1862, fundou a Igreja Presbiteriana do Rio de Janeiro. Auxiliado por alguns colegas organizou o primeiro periódico evangélico do Brasil – Imprensa Evangélica em 1864; criou o Presbitério do Rio de Janeiro (1865) e em (1867) instalou o chamado Seminário Primitivo do Rio de Janeiro. Após oito anos de profícuo ministério em nossa nação, o Rev. Ashbel Simonton morreu aos 34 anos, vitimado pela febre amarela. Sua esposa havia falecido três anos antes, em 1867. Seus principais colaboradores na obra missionária, seu cunhado L. Blackford que em 1865 organizou as Igrejas de São Paulo e Brotas; Francis J. C. Schneider que trabalhou entre os imigrantes alemães em Rio Claro lecionou no Seminário do Rio e foi Missionário na Bahia; George W. Chamberlain, grande evangelista e operoso pastor da Igreja de São Paulo. Outras Igrejas foram organizadas em Lorena, Borda da Mata (Pouso Alegre) e Sorocaba. Quem mais contribuiu para a organização dessas e outras Igrejas foi o ex-sacerdote católico romano, o notável Pastor Rev. José Manoel da Conceição que se tornou o primeiro brasileiro a ser ordenado Ministro do Evangelho em 1865. Ele visitou incansavelmente dezenas de Vilas e Cidades no interior de São Paulo, Vale do Paraíba e Sul de Minas, pregando o Evangelho da Graça. A Igreja Presbiteriana do Brasil é histórica, séria, sóbria e ética. Prima pelo equilíbrio. Tem uma liturgia de culto leve, agradável e participativa. As suas convicções doutrinárias são regidas pela Bíblia como única regra de Fé e Prática. Crer na Soberania de Deus, na infalibilidade da sua Palavra e das suas promessas. Tem como lema: Anunciar o Reino de Deus, Educar Para a Vivência Cristã e assistir o ser humano em suas necessidades. E como princípio Ortodoxia, Piedade e Teologia Reformada. O censo demográfico de 2000 realizado pelo IBGE aponta o número 26l.184.941 de evangélicos no Brasil, desse total 981.064 são Presbiterianos. Há uma estimativa de 2003 da Secretaria do Supremo Concílio (Assembléia de âmbito nacional da Igreja), informando que a Igreja Presbiteriana contava naquela data com 60 Sínodos, 236 Presbitérios, 2.304 Igrejas e 2.211 Congregações. É preciso levar em consideração que até aquela data o número é muito maior, pois a Secretaria Executiva da Igreja Presbiteriana do Brasil lamenta o fato que somente 29% dos Presbitérios enviaram suas estatísticas. Dentro dessa ordem de números são:3.162 Pastores, 11.129 Presbíteros e 13.851 Diáconos. A Igreja Presbiteriana do Brasil conta com centenas de Escolas de Ensino Fundamental, Médio e Superior. Em São Paulo o Instituto Presbiteriano Mackenzie e a Universidade Mackenzie têm mais de 30 mil alunos. Diga-se de passagem, é a maior Universidade particular da América Latina. Na área de saúde, a Igreja Presbiteriana do Brasil dispõe de Hospitais criados e dirigidos por Presbiterianos, Clínicas médicas, asilos, orfanatos e trabalho com meninos e meninas de rua como a Sammar e Apad. É necessário dizer que Pombal foi incluído na história dessa igreja, pois no dia 03 de agosto de 1940, há 68 anos, o Presbiterianismo era organizado em Pombal com o nome de Igreja Presbiteriana do Brasil, registrando-se também em nossa cidade o pioneirismo do Evangelho da Graça de Cristo. É bom lembrar que nessa época o termo evangélico, rótulo que se dar aos crentes de hoje e usado até de modo pejorativo, não era aplicado aos crentes de então. Os Presbiterianos eram chamados de Protestantes, pois o desempenho deles era totalmente contrário aos dos fiéis da Igreja Católica Romana. Apesar de que nos dias de hoje movimentos inovadores venham invadindo o arraial cristão, criando modismos e doutrinas contrárias ao ensino de Cristo, a Igreja Presbiteriana do Brasil, continua fiel as escrituras sagradas, pois o seu fundamento é nosso Senhor Jesus Cristo, criador do universo e de todas as coisas visíveis e invisíveis, tem atravessado séculos e completa em 12 de agosto deste ano, o seu Centéssimo, Quadragésimo Nono Aniversário. Aplicam-se a ela as palavras do Apóstolo Paulo quando diz: “De sorte que vos tornastes o modelo para todos os crentes”... I Tessalonicenses 1:7. *RADIALISTA WEB. http://clemildo-brunet.blogspot.com/
Um comentário
O presbiterianismo em Pombal remonta a uma época mais antiga do que a registrada costumeiramente. Na década de 40 deu-se a organização oficial da igreja presbiteriana de Pombal, mas pude verificar na história que o início dessa obra ocorreu no sítio Jenipapo município de Pombal. No livro a "A Sagrada Pela" um diário com regsitros feitos pelo desbravador do Ceará o Rev. Natanel Cortez, consta a chegada do Rev. Henderlite no mês de dezembro de 1912 com o então seminarista Natanel Cortez ao sítio Jenipapo. O jovem Natanael registra: "Embora nada conhecendo das bifurcações da estrada ao lugar do nosso destino, e temendo as ciladas dos cangaceiros que em quadrilhas avassalam e dilaceram estes sertões, confiando tão somente no Senhor que até ali nos tinha ajudado, partimos. Às nove horas do dia 07 estávamos no almejado Jenipapo, à porta da irmã Maria Dantas da Nóbrega, viúva do irmão de saudosa memória o Capitão Antonio Martins da Nóbrega"(Cortez N. 2001, P.41). O capitão Martins foi um dos primeiros conversos a fé reformada de que se tem notícia, fora evangelizado pelo seu cunhado o Sr Martiniano de Oliveira. Conforme testemunho dos seus descendentes, as irmãs Senhoritas Elza Dantas de Sá e Eleusina Dantas de Sá, a conversão do seu avô deu-se antes da libertação dos escravos. Teria contribuido para esse fato um colportor americano que lhe entregará uma porção das sagradas escrituras, o novo testamento. Segundo a Elza, seu avô Capitão Antonio Martins teria liberto os escravos como resultado da graça do evangelho. O diário do Rev Cortez diz palavras marvilhosas sobra a vida desse irmão que comprovam a sua transformação espiritual: "O irmão capitão A. Martins brilhou como a luz nestes sertões e ilustrou pelas suas obras o poder regenerdor que operou em seu coração transformando-o num homem novo" (Cortez p. 40.) O sr Martins faleceu em 1906, tendo recebido durante sua nova vida cristã apenas uma visita pastoral que foi a do Rev. Manoel Machado em 1901.
Num contexto de muita intolerância religiosa, a família sofreu o desprezo de parentes e foi perseguida, mas mesmo assim a fé permaneceu firme na o evangelho da graça de Deus. Por ocasião da visita do Rev. Machado em 1901 foram recebidos à comunidade presbiteriana as seguintes pessoas: Antonio Martins da Nóbrega, Maria Dantas da Nóbrega, Leoontina Dantas de sá, Honória Dantas de sá, Maria Dantas de sá; e foram batizados na fé dos pais os seguintes menores: Pedro Martins, Paulo Martins, Antonio Martins, Cllecta Dantas e Anália Dantas, esta última mãe da Elza e Eleusina. Na visita do Dr Henderlite no dia 09 de dezembro de 1912 foram recebidas as irmãs Anathildes Dantas de Sá e D. Maria Ignez da Conceição, ainda professaram a fé as senhoras as senhoras Anália e Collecta.
Dessa congregação no Jenipapo se formará a Igreja Presbiteriana de Iburaninha que foi organizada em Igreja ainda no início da década de trinta. Conta a senhorita Nizete Dantas filha daquela igreja que o fundador foi o ilustre Rev.Dr. Antonio de Almeida. A senhorita Nizete, diz que o rev Almeida ao chegar no lugar onde havia uma Umburana ao perguntar o nome daquela árvore, lhes responderam: "Inburana", dai o reverendo disse: "Aqui construiremos a igreja, e o lugar se chamará Inburaninha" Dessa igreja é que veio a existir a igreja Presbiteriana de Pombal, e muitas outras, pois com a migração de irmãos que fugiam das secas do sertão outras igrejas foram plantadas no sul do país.
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