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POMBAL, ONTEM E HOJE, SOB O TESTEMUNHO DE ZÉ DE BÚ

Ignácio Tavares (Foto)
Ignácio Tavares de Araújo*
Talvez o único arquivo vivo que temos em Pombal seja Zé de Bú. Quem não conhece o nosso querido Zé de Bú? Cuidadoso Pai, bom amigo e fiel escudeiro quando assume um compromisso político. Eu disse arquivo vivo porque ele carrega na sua memória a história e a fotografia de uma Pombal que todos nós sentimos saudades.
Muitos jovens de hoje, não sabem o quanto era boa a Pombal de seus avós. Tínhamos um bom futebol com excelentes craques como Zé Pretinho de Dona Neca e seu irmão Belino, Manu, Alencar; Nicodemos e tantos outros que me fogem a lembrança. Tudo isso nos anos quarenta. Já nos anos cinqüenta e sessenta, conhecemos outros craques como Agnelo, Zé de Dozinho, Zaqueu, Dilau, Chico Sales, Alfredo Bezerra, Valdemar Pereira, Ruy Aquino e outros que ainda estão também por aí.
As noites, eram animadas com passeios na praça Getúlio Vargas, onde centenas de rapazes e moças trocavam olhares e juras de amor. A meia noite, as serestas com Bideca, Chico de Doura e outros notívagos.
Pombal, não era uma Cidade tão pobre o quanto é hoje. As pessoas vestiam-se bem e eram menos desencantadas. É verdade que poucas pessoas tinham veículos para locomoção não porque eram pobres, mas sim porque naquele tempo não existiam tantas facilidades para se comprar um carro como existem hoje e até porque o Brasil não tinha uma indústria automobilística como tem hoje, sendo, portanto muito difícil importar um veículo a peso de ouro.
A indústria automobilística surgiu na segunda metade dos anos cinqüenta e logo surgiram os primeiros fuscas em Pombal, comprados por aquelas pessoas de maior poder aquisitivo.
Zé de Bú sabe melhor do que eu. A cidade de Pombal se rivalizava com suas vizinhas Patos, Sousa, Cajazeiras não só no futebol, como também na prosperidade. A banda de música, Santa Cecília era considerada uma das melhores do sertão sob a batuta de Elizeu Veríssimo. Na produção de algodão, só perdíamos para Sousa por conta das suas imensas várzeas que permitiam o plantio de milhares de hectares dessa cultura e outras de subsistência. Eta que tempo bom... não era Zé de Bú?
A Brasil oiticica, representava uma riqueza particular em Pombal. Gerava muitos empregos e ainda animava a sociedade com suas noites de dançantes no pequeno clube nas suas dependências, onde as moiçolas e rapazes mostravam suas habilidades de dançarinos, com destaque para Jéferson Trigueiro e Luiz Silva que eram habilidosos no passo e na marcação nas danças de boleros, tangos, fox-trot e outras modalidades. Tudo se foi e grande parte dos atores desse tempo também se foi. Restam poucos, mas estes se lembram com a alegria estampada no rosto, da felicidade que aquele tempo, que não volta mais, os proporcionaram.
E agora José, como diz o poeta maior, a festa acabou e quase nada restou a não ser o nosso Zé de Bu. Não fique triste porque resta muita coisa. Digo, restam nossas esperanças de que tudo pode mudar. Essa mudança depende de você a partir do momento que o seu imaginário e também o imaginário coletivo tomar consciência de que não são as palavras que mudam as coisas e sim as ações.
As palavras, na maioria das vezes são enganosas, são vãs e até certo ponto perversas e ameaçadoras, mas as ações são bem pensadas, planejadas e por isso, transformadoras. Quando se transforma, muita coisa muda para melhor e quando isso acontece quem sai ganhando é o povo. Que assim seja.
Um forte abraço e peço desculpas a Zé de Bú, ao prestar-lhe esta singela homenagem usando o seu nome aqui neste texto sem consultá-lo. Acredito que você vai gostar Zé, porque você é dez. Até breve!
*Escritor filho da terrinha.
POMBAL, ONTEM E HOJE, SOB O TESTEMUNHO DE ZÉ DE BÚ POMBAL, ONTEM E HOJE, SOB O TESTEMUNHO DE ZÉ DE BÚ Reviewed by Clemildo Brunet on 6/25/2009 04:44:00 AM Rating: 5

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