PARADA OBRIGATÓRIA!
Clemildo Brunet (Foto) |
CLEMILDO BRUNET*
Quer queiramos ou não, todos nós temos uma parada obrigatória. Seja qual for à direção que devamos tomar no curso de nossa existência, na maior parte das vezes, passamos despercebidos dessa realidade, só mais tarde é que acordamos. Quando somos crianças ou jovens, não damos à menor importância as ocorrências do dia a dia e na fase adulta chega-nos as preocupações do cotidiano.
Há uma parada obrigatória sim, para que meditemos sobre o que já foi feito, o que se deixou de fazer e o que é preciso fazer. Quantas vezes nos deparamos com o alerta da parada obrigatória e seguimos em frente sem atender as exigências impostas pelo o aviso, e logo a seguir, em tão pouco tempo, vimos desmoronar os nossos sonhos, levando-nos a um estado melancólico, dramático e sombrio.
O que será que acontece conosco, que mesmo estando cercados de amigos, parentes e pessoas queridas, nos sentimos solitários? O salmista questionou consigo mesmo: “Porque estás abatida, ó minha alma? Por que te perturbas dentro de mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei, a ele, meu auxílio e Deus meu.” Sl 42:11.
À medida que os anos passam e as mutações se sucedem ao nosso redor, na parada obrigatória, começamos a pensar que muita coisa mudou. Já não nos sentamos nas calçadas com o nosso vizinho para aquele bate papo costumeiro de antigamente. A novela na TV, a Internet, os vídeos games, o individualismo e as nossas particularidades ocupam espaços na nossa vida a tal ponto, que terminamos por criar um bloqueio filtrando o nosso viver diário.
A vida segue o seu curso normal enquanto o tempo passa rapidamente, o pensamento voa equidistante a procura de imagens que permeiem a nossa imaginação. Na parada obrigatória desses momentos, vem à lembrança do que já passamos e a vontade de que tudo voltasse a ser como antes, exceto os dissabores e as agruras.
A Parada obrigatória do amadurecimento da vida nos faz observar que muitas coisas que acontecem hoje, no passado as proporções eram menores e não se dava de maneira constante e repetitiva como ocorre agora, fazendo o nosso pensamento indagar, o porquê dessas mudanças. O avanço tecnológico com todo seu aprimoramento não é capaz de explicar, os homens pós- modernos também não, nem a ciência.
Mas a explicação pra tudo isso, está num passado distante cujo relato se encontra no livro sagrado, no princípio da geração humana, da qual somos provenientes. Ao colocar o homem para administrar um jardim, Deus lhe pôs uma parada obrigatória sob este aviso: ... “De toda árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás.”Gn. 2:16,17.
Havendo ultrapassado o limite estabelecido por Deus da parada obrigatória, o homem teve que arcar com os efeitos de outras paradas obrigatórias que estão em constantes conflitos em seu interior:
Medo – A resposta de Adão ao chamado de Deus foi que teve medo e se escondeu. Até hoje a humanidade sofre deste mal. Não há valente ou corajoso que não sofra da síndrome do medo. Medo, angústia, depressão, os sintomas que mais atacam em nossos dias. Cidadãos de bem enjaulados e bandidos soltos fazendo miséria e o medo assenhoreando os homens!
Desculpa - O homem para safar-se da transgressão cometida, pois a culpa no Criador pela companheira que lhe fora dado. “A mulher que me deste por esposa, ela me deu da árvore, e eu comi.” A mulher ao ser interrogada, respondeu: “A serpente me enganou, e eu comi.” E assim, o rumo da história nos mostra que há sempre uma desculpa esfarrapada para cada ato de culpa que não se quer assumir.
Sofrimento e dor – na gravidez da mulher ou no labor diário do homem na luta pela sobrevivência, muito sacrifício para se manter e sustentar a família com o suor do seu rosto.
Morte – finalmente, esta é uma das paradas obrigatórias que mais deixa o homem inconformado. “... Porque tu és pó e ao pó tornarás” Será que existe algo mais humilhante para o ser humano do que presenciar a morte de seu ente querido e vê-lo ser enterrado? Consciente de que essa um dia, também será a sua parada obrigatória aqui neste mundo?
Em meio a esse turbilhão de tantas paradas obrigatórias aqui, existe uma que nos traz alento e ânimo.
Esperança – só os desesperançados sucumbiram. Todavia, nem tudo está perdido para os que têm esperança. Há uma centelha divina que fornece o combustível da alma da gente. Quem espera sempre alcança. O apóstolo Paulo afirmou com muita propriedade que “a esperança não traz confusão.” Sem esperança não há o amanhã e tudo deixa de existir. Esperança é pensar com altivez e vencer os obstáculos. Cristo é a única esperança! “porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente”. Rm.11:36.
Pombal, 03 de setembro de 2010
*RADIALISTA
Contato brunetco@hotmail.com
Web www.clemildo-brunet.blogspot.com
PARADA OBRIGATÓRIA!
Reviewed by Clemildo Brunet
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9/03/2010 06:16:00 AM
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