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A SUSTENTABILIDADE INSUSTENTÁVEL

Genival Torres Dantas
Genival Torres Dantas*

Temos passado por um processo de violência de abrangência mundial, usa-se até um jogo de futebol para exprimir toda ira contra a própria raça humana, chegando a mais de 70 mortos numa única situação em um estádio onde a confraternização devia ser o principal motivo de um embate futebolístico.

A luta pela derrubado de governos continua a fazer vítimas e mostrar todo estresse coletivo, o respeito pelo próximo é um sentimento que deixamos de lado para garantirmos nosso espaço dentro de uma sociedade em estado falimentar, onde não há limites para se conseguir uma posição ou destaque no meio.

No Estado da Bahia a greve dos membros da polícia militar tem mobilizados recursos financeiros, materiais e humanos no sentido de dar um pouco de tranqüilidade à população tão carente de segurança nesses tempos de tanta dificuldade. Não é justo que em nome das nossas reivindicações prejudiquemos os outros, mas, a indiferença ao próximo no leva a esse tipo de comportamento.

É muito triste vermos atitudes injustificáveis, principalmente por pessoas ou grupos que sendo formadores de opinião deviam usar toda sua capacidade para o crescimento do coletivo, entretanto, como se nada devesse ou não tivesse satisfação a dar, procuram trabalhar para o seu próprio bem estar, verdadeiro gesto de egoísmo, ignorando o conjunto do qual fazem parte.

Quando se trata de política, o tema aqui no Brasil fica assustadoramente preocupante, não sabemos se realmente foi perdido o respeito pelo ser humano, eleitores, ou se o sistema está realmente fora de propósito. Em nome da governabilidade temos visto, nos últimos dias, coisas que duvidávamos que um dia viesse acontecer. A corrupção ativa e passiva continua sendo responsável por queda de ministros e de ocupantes de cargos no segundo e terceiro escalão na administração federal.

O Mario Negromonte deixa o Ministério das Cidades envolvido numa atmosfera negativa, por práticas impróprias a um Ministro de Estado, com ele caiu o seu chefe de gabinete, Cássio Peixoto, demitido depois das notícias de que se reuniu com lobistas. Também caiu o chefe da assessoria parlamentar, homem de confiança de Negromonte, João Ubaldo Coelho Dantas. O palácio da alvorada nada disse a respeito, um silêncio total, na sequência é nomeado o novo ministro para a pasta, dessa vez uma preferência pessoal da presidente Dilma e do mesmo partido do Mario Negromonte,PP. O escolhido para essa nova vaga é o deputado federal, paraibano, 42 anos, nascido em Campina Grande, dois mandatos a deputado estadual pela Paraíba, 2003/2011, secretário da agricultura irrigação e abastecimento da Paraíba, 1998/2002; secretário da ciência e tecnologia e recursos hídricos e meio ambiente da Paraíba, 2008/2009; secretário de ciência e tecnologia da cidade de João Pessoa, Paraíba, 2009/2010.

O novo ministro é administrador e engenheiro civil, com MBA em gestão empresarial pela FGV. Uma bela carreira para um jovem político que tem uma longa estrada pela frente numa classe carente de novos líderes.

Infelizmente o ministro que assumiu hoje já vem lastreado com denúncias de corrupção, favorecimento de verbas, como deputado, e ocultação, à justiça eleitoral na última eleição, da sua participação societária em empresas de comunicação e construção civil. Vamos esperar as apurações que certamente vão ser realizadas por solicitação da oposição no Congresso Nacional

Por outro lado, é demitido sumariamente da presidência da casa da moeda, Luiz Felipe Denucci, acusado de corrupção no exercício do cargo. Esse caso é impressionante, trata-se de uma pessoa indicada por um partido político, o PTB Do Roberto Jefferson que alega ter apenas encampado o apadrinhamento a pedido do governo. O ministro Guido Mantega, pessoa respeitosa e respeitável, até então sem nenhum ato que o desabone junto a opinião pública, alega que não conhecia o economista e que a indicação é de responsabilidade do próprio PTB, e a saída do presidente, da casa da moeda, deve-se a pressão política.

Interessante é que qualquer pessoa para assumir qualquer cargo na empresa privada ou pública, por mais simples que seja, é obrigada a passar por teste ou concurso, no caso de cargo público, informando um “curriculum vitae”, provando sua idoneidade financeira e moral. Entretanto, para assumir cargos de confiança, no governo federal, principalmente, é suficiente a indicação política. Hoje temos 17 partidos que fazem parte da base aliada, responsáveis pela sustentação política e governabilidade do país.

Esses partidos fizeram loteamento de todos os cargos de confiança, causando um dano irreparável ao poder central, esse fato tem mantido a Presidente da República, numa verdadeira camisa de força, o mais triste, não é responsabilidade apenas da situação, ou governo atual, a prática vem se arrastando por governos anteriores. Nós, simples eleitores mortais, não temos saída, não vemos solução imediata e nem a curto prazo para uma solução. Urge uma mudança radical no sistema político, para tanto, se faz necessário uma reforma imediata, para que isso aconteça é preciso coragem e atitude política, o que tem faltado aos nossos representantes.

*Ex-locutor do Lord Amplificador, Escritor pombalense, é Empresário em Navegantes - Santa Catarina.
A SUSTENTABILIDADE INSUSTENTÁVEL A SUSTENTABILIDADE INSUSTENTÁVEL Reviewed by Clemildo Brunet on 2/07/2012 09:38:00 AM Rating: 5

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