MARCAS DO QUE SE FOI
Clemildo Brunet |
CLEMILDO BRUNET*
Todos
nós carregamos em nossas lembranças a marca do tempo. Alguns têm guardado na
memória as peripécias da infância. Que tempo bom dizem! Realmente, pensamos
assim. Na infância não existe preocupação com o que se passa ao nosso redor e
sentimo-nos leves e satisfeitos com tudo que nos cerca.
Lembro-me
ainda dos meus tempos de criança quando havia aquela inquietude e constantemente as brincadeiras e recreações eram mudadas,
nunca ficávamos na rotina.
Carrinho
puxado no cordão, bola de gude, ludo, quartel de exército, espetáculo circenses
com dramatização; brincadeiras essas que preenchiam o nosso mundo infantil.
Depois...
A adolescência, muda-se o nosso
entretenimento. A marca do tempo nos transporta para o mundo da fantasia e dos
sonhos mesmos acordados. Os flertes e os namoros, hoje paqueras, aconteciam nos
lugares frequentados por rapazes e moças a exemplo da pedra da estação
ferroviária à noite, esperando a chegada do trem.
A
tradicional Festa de São Pedro no bairro dos pereiros, serviço de alto falantes
tocando música e os bilhetinhos passando de mãos em mãos com declarações de
amor.
A
Sorveteria Tabajara no centro da cidade, aos sábados pela manhã, era o local
onde os rapazes esperavam o passeio das estudantes da Escola Normal Josué
Bezerra. Festa do Rosário e o Serviço de Alto Falantes do Parque Maia com o
Programa: “Atendendo ao Ouvinte” oferecimento de músicas românticas de um
alguém para outro alguém e ainda o encontro de amigos entre moças e rapazes em
frente ao Cine Lux antes do início do filme.
Porque
não lembrar o Colégio Diocesano que abriu as portas da educação em Pombal,
permitindo o acesso de alunos de ambos os sexos, e que muitos puderam receber lições
do ensino secundário naquela época, fazendo o curso ginasial.
E o
bar centenário, que antigamente era o coreto da Praça José Ferreira de
Queiroga, logo após a Festa do Centenário da cidade em 21 de julho de 1962,
passou a ser chamado de bar centenário; a Prefeitura em regime de comodato
cedeu o imóvel para funcionamento de um estabelecimento comercial do ramo. Já a
praça, ficou conhecida como Praça do Centenário.
Pois
bem, enquanto a rapaziada se deliciava dos petiscos e das bebidas servidas pelo
bar centenário, as moças passeavam ao redor, sempre em busca de alguém para
formar o seu par. Neste local as lembranças das corridas de bicicletas, os
shows de artistas como Luiz Gonzaga e Marinês e sua gente e outras atrações
sempre com a presença de público garantido.
O
Tempo corre e chega à fase adulta. De repente, somos tirados da fantasia de
outrora, para uma realidade totalmente diferente daquela que a marca do tempo
nos trouxe no passado. Vem o amadurecimento e com ele a experiência adquirida
ao longo dos anos.
Tempo
difícil o de hoje e nos faz refletir: Tudo é diferente! Esse estigma será
sempre superado. Tem razão o poeta em uma canção interpretada pelo cantor
Nilton César quando diz: “E prá disfarçar o meu tédio, procuro remédio na
recordação”.
Todavia,
não ficamos aí; encontramos refrigério
nas sábias palavras do apóstolo Paulo ao afirmar: “E não somente isto, mas também nos gloriamos nas próprias tribulações,
sabendo que a tribulação produz perseverança; e a perseverança, experiência; e
a experiência, esperança.” Rm. 5:3-4.
Pombal, 03 de janeiro de
2013
*Radialista,
Blogueiro, Colunista
twiters: @clemildobrunet e @brunetcomunica
MARCAS DO QUE SE FOI
Reviewed by Clemildo Brunet
on
1/03/2013 11:18:00 PM
Rating:
Nenhum comentário
Postar um comentário