O REGISTRO DA HISTÓRIA: ALTO SERTÃO

Genival Torres Dantas

Meu caro Clemildo,

Toda vez que recebo a notícia de um novo jornal impresso, que surge, sou remetido aos tempos da juventude quando estudava em Recife/PE, por muitas vezes, aos domingos, preteria a praia para ficar lendo os jornais do dia, preferencialmente aqueles reconhecidamente com tradições no debate político nacional, hábito que me acompanha até hoje. Costumo dizer que há uma simetria entre a história da humanidade e

o efetivo trabalho jornalístico, feito pelos jornais éticos e independentes, seja ele diário, semanal, quinzenal ou mesmo mensal, que se presta a fazer os registros das ações de uma comunidade, de uma entidade de classe, de uma cidade, um Estado, ou mesmo um país.

É de se registrar, grandes jornais não nascem prontos ou importantes como se apresentam no nosso tempo, eles veem numa trajetória de lutas, derrotas e sucessos, até atingir seu espaço dentro do público que se dispôs. É assim que se faz uma empresa jornalística, nem sempre nascem absolutas dentro do mercado, algumas exceções, claro, aquelas que surgem como apêndice de conglomerados empresariais, que antes de fazer algum lançamento há um pré-investimento em pesquisas de mercado, política de marketing forte e arrojada, contratação de profissionais já consagrados e, consequentemente, apoio de anunciantes tradicionais para sustentação desse tipo de projeto.

Particularmente, acredito no Alto Sertão, jornal que será confeccionado pelas mãos laboriosas de escritores da mais alta linhagem, tenho a convicção do seu sucesso entre os leitores e anunciantes que vão prestigiar esse veículo de comunicação voltado para a história composta pela manutenção e crescimento de uma região importante dentro do contexto político e cultural da Paraíba.

Como é sabido, Pombal é uma cidade tradicionalmente constituída de grandes figuras na nossa história, inclusive de expressão nacional, escritores que trabalham para que a terra de Maringá continue se constituindo na grandiloquência do berço da cultura nordestina, alavancada e marcada pela sua arquitetura, tradições culturais, fundamentalmente, reconhecida na sua religiosidade, respeitada e entrelaçada por todas as religiões que ali aportaram, mantendo a harmonia entre as diferenças religiosas, e admiram as festividades das comemorações consagradas e dedicadas a festa do Rosário, em homenagem a santa católica, Nossa Senhora do Rosário, inicialmente idolatrada pelos escravos e hoje festejada por todos nós, seus devotos.

É nesse ambiente de fraternidade e de congratulações, quando os filhos da terra, da ternura sertaneja, residentes ou não na cidade, se abraçam como verdadeiros irmãos, que será lançado nesse período, com muita justiça, o jornal que inicialmente terá uma edição mensal, e certamente, com sua evolução, e postura no mercado, em pouco tempo, as edições dar-se-ão em prazos menores, atendendo as necessidades e demandas regionais.

Sei da capacidade dos profissionais que integram a direção, e os formadores de opinião que se alia para fazerem um jornal que nasce sob a custódia desenvolvimentista, numa região tão carente de investimentos nesse setor, e que necessita de respaldo da comunidade para a continuidade do trabalho que é de todos. Sou sabedor também das carências, de suas necessidades mais prementes, seus limites e potenciais, sei ainda, esse jornal vai se juntar aos idealistas renomados da nossa terra, abrir espaços para novos talentos que estão se formando e chegando, engajados na ânsia de fazer muito pelo crescimento cultural, na comunicação do nosso povo.

Genival Torres Dantas

Escritor e Poeta

Dantasgenival@hotmail.com