Desejo para o próximo ano
Genival Torres Dantas |
Genival Torres Dantas*
Sentimentos atávicos sejam bem vindos nesse momento
de superação e estreitamento nas relações humanas, quando as etnias,
preconceitos raciais, classes sociais e religiosas, buscam superar atitudes mesquinhas
que o tempo trouxe até nossas gerações e que o próprio tempo e a sabedoria do
ser humano se encarregarão de dar uma solução pacífica onde ainda existam
diferenças a serem resolvidas, que tenhamos a capacidade de anteciparmos
soluções por mais complexas que pareçam.
A sordidez da nossa destemperança vem de longa data,
idade do princípio da luz e
da pedra lascada, sempre fomos movidos pela busca
da superação do próximo, mesmo que ele não seja ou esteja tão próximo assim. O
importante, para muitos, é se sentir superior, qualquer que seja seu plano ou
objetivo. A igualdade e a similaridade parece ser algo
pejorativo ou desconfortante para as pessoas que tendem a se sentirem
superiores as demais, e que buscam um patamar mais alto mesmo que elas sejam
absolutamente inferiores espiritualmente, o que mais importa no ser.
Dentro das colocações acima expostas e procurando
esquecer e absorver até as falhas que todos nós temos, nesse momento de
reflexões, procuro desejar o que é de mais importante para que sigamos na busca
de uma vida mais equilibrada e consensual.
E assim sendo, desejo que no próximo ano cumpramos
as metas pré-estabelecidas em nossas vidas, a começar pelo nosso comportamento
como irmãos e parceiros na sobrevivência sobre a terra, no respeito à
manutenção das suas riquezas naturais, no equilíbrio e sustentabilidade. Que as
nossas palavras sejam cumpridas e merecidas de respeito sem a necessidade de
documentos comprobatórios, a afiança-las junto à opinião pública, sem os quais
não tem nenhum valor legal.
Desejo que nossas escolas voltem a ser ambiente de
ensino, voltadas aos jovens sedentos de saber, nunca local de badernas e
descumprimentos de normas e procedimentos, onde impera a desarmonia, a
violência e a falta de respeito para com os mestres merecedores dos nossos
carinhos pela atividade tão digna que exercem na nossa sociedade. Que as
escolas sejam igualitárias, não descriminando o preto e o branco, o pobre e o
rico, a mesma qualidade de ensino seja distribuída entre todas as classes, com
a mesma possibilidade de crescimento, que o ensino seja federalizado, de forma
que todos, professores e alunos, possam participar do mesmo ambiente, com a
mesma chance de desenvolvimento para o futuro.
Contrapondo o tratamento dado à juventude, na outra
ponta, que o fator previdenciário seja definitivamente excluído da vida dos
aposentados, um mal colocado na vida deles pelo simples fato de terem
contribuído a vida inteira para um órgão administrado com incompetência, e para
não falir tiveram que sacar das suas aposentadorias um percentual que
representa muitas vezes parte da alimentação para a sobrevivência dos que nada
fizeram para serem sangrados pelo próprio Estado, aquele que devia ampará-los
na sua velhice.
Desejo que os hospitais voltem a ser locais onde os
doentes sejam efetivamente tratados das suas enfermidades com humanidade, dado
a eles o respeito devido, não lhes faltando com a dignidade que todo ser humano
merece, principalmente aos mais carentes de recursos que hoje são tratados como
animais, atirados nos corredores onde ficam a mendigar o tratamento negado e
que lhes são de direito.
Que
as grandes cidades sejam supridas de uma mobilidade urbana de qualidade e
eficiência, ajudando na locomoção dos trabalhadores urbanos e estudantes, nas
suas idas e vindas em suas atividades diárias, com o conforto e rapidez que o
transporte exige.
Desejo
que a malha viária seja reposta e ampliada de tal forma que a nossa produção
seja escoada sem prejuízo, ajudando na produção das nossas commodities e
industrial, minimizando custeios, tornando o custo Brasil mais competitivo e
viável, no atendimento ao mercado internacional e acessível aos nossos padrões
internos, beneficiando a todos que dela se servem.
Que
os cidadãos andem nas suas cidades sem o medo de uma bala perdida, sem o receio
da agressão dos bandidos que perambulam pelas ruas a busca de uma presa fácil
para assaltar e fazer frente aos custos das drogas das quais, na grande
maioria, são viciados, e por elas praticam qualquer crime. Que esses elementos
sejam convencidos a se tratarem em clínicas específicas e sejam reintegrados a
sociedade.
Desejo
que os brasileiros tenham uma visão mais ampla do futuro, não pensem apenas na
copa do mundo de futebol, no próximo ano, reflita mais sobre o ano que também
terá eleições em nosso país, momento em que o Brasil terá oportunidade de
mudanças radicais se quisermos e assim fizermos, votando naqueles que possam
trabalhar com seriedade e dignidade para o nosso país.
Que
os políticos eleitos apresentem um projeto eficiente e eficaz, não fiquem
apenas com paliativos, sem planos e sem direção efetiva, levando o país
conforme o momento exija, apenas para agradar as vozes vindas das ruas, de
forma absolutamente eleitoreira e demagógica.
Assim
tenhamos um feliz 2014, pelo menos com possibilidades para 2015.
*Escritor e Poeta
Desejo para o próximo ano
Reviewed by Clemildo Brunet
on
12/28/2013 06:22:00 AM
Rating:
Nenhum comentário
Postar um comentário